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Diabetes sem sinal para parar



         A OMS (Organização Mundial da Saúde) fez um sério comunicado de alerta esta semana. Entre 1980 e 2014, os casos de diabetes quadruplicaram no mundo, indo de 108 milhões para 422 milhões de afetados pela doença. Quando consideramos somente a população adulta, praticamente 1 em cada 11 adultos estão com diabetes!

          A grande maioria dos casos de diabetes são do tipo 2, os quais estão associados, intimamente, com o aumento da obesidade e dieta nutricionalmente pobre. A doença é a oitava maior assassina do mundo, vitimando cerca de 1,5 milhão de pessoas em 2012. Além disso, um adicional de 2,2 milhões de pessoas no mundo podem estar morrendo devido a um nível maior do que o recomendado de glicose no sangue ( pré-diabetes). Isso sem contar os danos não fatais, como cegueira, quadros hemorrágicos, amputações de membros, insuficiência renal, problemas durante a gravidez e risco aumentado de problemas cardíacos.

         Praticar exercícios físicos regulamente, emagrecer e seguir uma dieta saudável são as melhores ferramentas de prevenção. Fazer exames médicos regularmente para verificar os níveis de glicose no sangue é outra essencial medida profilática, já que quanto mais cedo a diabetes for identificada, mais cedo e eficiente será o tratamento. E, claro, é preciso maior investimento na infraestrutura hospitalar do país e programas de conscientização. Caso contrário, as recomendações e tratamentos continuarão rodando apenas nos circuitos científicos e não dentro da sociedade como um todo.

Comunicado da WHO: http://www.who.int/diabetes/global-report/en/

NOTA: A diabetes se caracteriza, principalmente, por um excesso de glicose no sangue ( hiperglicemia), a qual é tóxica para o corpo quando está circulando livremente sem sofrer metabolização. Existem 4 tipos principais da manifestação da diabetes:

1. Diabetes Tipo 1, quando o pâncreas não consegue produzir nenhuma ou pouca insulina. É uma doença autoimune, determinada geneticamente, onde as próprias células de defesa do corpo atacam as células beta do pâncreas, responsáveis pela produção do hormônio. É extremamente grave, onde os níveis de glicose e corpos cetônicos no corpo podem atingir patamares fatais se não controlada. *Informações complementares no vídeo recomendado abaixo ou no artigo Qual é o real papel da insulina no controle da hiperglicemia?.

2. Diabetes Tipo 2, quando existe um aumento no nível de glicose no sangue causado por fatores diversos, os quais levam a um desgaste do pâncreas com o tempo ou a uma maior resistência do corpo à ação da insulina. É o tipo de maior prevalência no mundo, sendo a obesidade uma das principais causas. Esta seria a diabetes acusada pela WHO em seu comunicado.

3. Diabetes Gestacional, quando, por causa de desbalanços hormonais induzidos pela placenta, o corpo da grávida começa a ter uma maior quantidade de glicose circulando no sangue. Mulheres com diabetes ou pré-diabetes são as mais propensas a sofrerem complicações sérias com esse quadro, afetando tanto a saúde da mãe quanto do feto. Fiz um artigo explicando melhor esse tipo de diabetes: O que é a Diabetes Gestacional?

4. Pré-Diabetes, onde existe um aumento significativo no nível de glicose do sangue, mas ainda não suficiente para se enquadrar como uma diabetes tipo 2. É a forma responsável pelos 2,2 milhões de mortes adicionais citado pelo texto acima. Possui as mesmas causas da diabetes tipo 2.

ATUALIZAÇÃO (26/08/16): Um novo estudo mostrou que os casos de perda de visão devido à diabetes aumentou bastante nos últimos anos e, em 2010, 1 em cada 39 casos de cegueira foram atribuídos à doença. Em outro dado liberado, foi mostrado que desde 1990 os casos de perda de visão causados pela diabetes aumentaram em cerca de 64%.

Com o número de diabéticos aumentando no mundo, os danos provocados pela doença também aumentam. No caso da perda de visão, quanto mais tempo a pessoa vive com diabetes, maiores os riscos dela desenvolver uma retinopatia diabética (RD). A alta concentração de glicose no sangue é um veneno para todo o corpo.

Sempre monitore sua glicose sanguínea para acompanhar qualquer possível quadro de pré-diabetes e, se você já possuir diabetes do tipo 1 ou 2, nunca pare o tratamento. Lembrando que a diabetes tipo 2 pode até ser revertida por meio de uma reeducação alimentar e prática regular de atividades físicas. Isso é ainda mais válido para a pré-diabetes.

Publicação reporte do estudo: http://www.eurekalert.org/pub_releases/2016-08/nsu-sfv081116.php 

Artigo complementar: Por que estamos engordando?

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