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O que é a Diabetes Gestacional?



           Diabetes Gestacional é um quadro apresentado por mulheres grávidas que, nunca tendo antes diabetes, passam a apresentar uma alta concentração de glicose na corrente sanguínea, principalmente a partir do terceiro semestre de gestação. Ela é bastante comum, atingindo entre 3 e 10% das grávidas,dependendo da população analisada. Apesar de ser algo rotineiro no âmbito hospitalar, ela pode ser bastante perigosa, tanto para a mãe quanto para o feto, caso não seja devidamente tratada.



            Durante a gestação, a placenta começa a produzir diversos hormônios que visam a segurança e saúde do bebê. Por mecanismos ainda não muito bem compreendido pela ciência, alguns desses hormônios, e talvez outros compostos aliados, disparam uma resistência à insulina na mãe, tornando diversos receptores indiferentes à ação desse hormônio pancreático. Com isso, assim como ocorre com os diabéticos, glicose em excesso começa a ser acumulada na corrente sanguínea. Isso é até normal, onde todas as mulheres grávidas possuem uma quantidade 1,5 a 2,5 vezes maior de glicose circulando no sangue devido à ação hormonal. E para quê? Ora, o feto precisa de bastante substrato energético (glicose, principalmente) para sobreviver e se desenvolver bem. Nisso, a glicose em excesso chega a ele a partir do sangue da mãe através da placenta, por gradiente de concentração. Só que, em algumas situações, o processo acima descrito ocorre de forma excessiva, tornando as grávidas, literalmente, 'diabéticas'.

              E os perigos são muitos. Com a mulher possuindo uma alta quantidade de glicose no sangue, mais insulina é preciso ser secretada pelo pâncreas, sobrecarregando o órgão. No final da gravidez, se o problema não estiver sendo tratado, um quadro de real diabetes tipo 2 pode se instalar na mulher. Existe também um maior risco da grávida desenvolver hipertensão e pré-eclâmpsia, com ambos aumentando a pressão sanguínea a níveis perigosos tanto para o feto quanto para a mãe. Além disso, a alta taxa de glicose no sangue é tóxica para todo o corpo, gerando os mesmos efeitos vistos nos diabéticos. O feto, infelizmente, acompanha vários  desses problemas.

Com um quadro de diabetes gestacional, seguir as orientações nutricionais médicas deve ser mais do que uma prioridade, onde excessos de carboidratos, especialmente os de alta carga/índice glicêmico, deve ser evitado, como doces, massas processadas e refrigerantes

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              Com altas quantidade de glicose no sangue materno, esse carboidrato também passa em grandes quantidades para o feto, disparando uma alta produção de insulina no seu frágil corpo. Se o processo continua durante toda a gravidez, as grandes quantidades de insulina produzida passam a ser normais no corpo do feto gerando graves consequências: se ele nascer produzindo imensas quantidades de insulinas e a enorme fonte de glicose vinda da mãe for cessada, seu corpo pode ficar suscetível a uma mudança drástica de metabolismo, causando desde desmaios perigosos até mortes prematuras; se ele sobreviver ao processo, é forte as chances dele desenvolver uma diabetes tipo 2 em um curto intervalo de tempo futuro.

           Além disso, com a alta taxa de glicose recebida durante o desenvolvimento no útero e consequente aumento da insulina, o feto passa a engordar muito, nascendo obeso, o que já é algo a se preocupar por si só, mas adiciona-se o fato dele encontrar maior dificuldade em nascer por parto normal, precisando-se recorrer à pouco recomendada cesariana. E estudos mostram que bebês nascidos durante uma diabetes gestacional possuem chances altas de enfrentarem a obesidade em vida adulta, e também Síndrome Metabólica (MS) durante a infância..

               Existem diversos fatores de risco para o desenvolvimento da diabetes gestacional, a qual costuma surgir depois do 4° mês de gravidez. Entre eles podemos destacar:

1. A obesidade (quanto mais obesa for a mulher, maiores as chances);

2. Histórico familiar de diabetes tipo 2 (em parentes de 1° grau);

3. Idade da mãe (quando maior a idade, especialmente depois dos 35 anos, maior é o risco);

4. Etnia (por algum motivo ainda desconhecido, europeus - ´brancos´ - têm menor risco de desenvolverem a diabetes gestacional do que negros, hispânicos, índios, asiáticos, etc.)

5. Grávidas que já tiveram diabetes gestacional possuem risco aumentado de desenvolvê-la na próxima gravidez;

6. Uso de cigarro.

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                Por isso é tão importante as mães buscarem tratamento para a diabetes gestacional, principalmente se estiverem enquadradas nos grupos de risco acima citados. A recomendação é a mesma para as mães já diabéticas. E como na maioria dos casos a grávida não demonstra sintomas da doença, torna-se mais do que urgente estar sempre sob acompanhamento médico, realizando todos os exames previstos. Se tratado com a ajuda de profissionais da saúde, as chances são muito pequenas de ocorrer qualquer problema com o bebê.

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REFERÊNCIAS CIENTÍFICAS
  1. http://care.diabetesjournals.org/content/25/10/1862.short
  2. http://care.diabetesjournals.org/content/25/10/1862.short
  3. http://jama.jamanetwork.com/article.aspx?articleid=403197
  4. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9654867
  5. http://jama.jamanetwork.com/article.aspx?articleid=194398
  6. http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/gestational-diabetes/basics/causes/con-20014854
  7. http://pediatrics.aappublications.org/content/115/3/e290.short 
  8. nejmoa042973
  9. http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0140673609607315
  10. http://annals.org/article.aspx?articleid=1691700&sa=U&ei=jUFIVdSdD4fvarm1gfgK&ved=0CDsQ9QEwEw&usg=AFQjCNE0fD86N01NibWkSFgFdpA1OOAWpQ
  11. http://bmcpregnancychildbirth.biomedcentral.com/articles/10.1186/1471-2393-12-23