Qual é a eficácia da acupuntura?
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Nos EUA, cerca de 3 milhões de pessoas buscam na acupuntura uma ferramenta para a busca do bem estar e melhor qualidade de vida, especialmente para o tratamento de dores no corpo. Mas apesar de ser uma das mais difundidas medicinas alternativas e estar presente em várias clínicas que tratam de dores crônicas, a acupuntura ainda é largamente questionada pela comunidade científica sobre sua real eficácia e metodologia teórica em uma gama de problemas de saúde associados ao tratamento. Vários estudos ao longo dos anos foram, e continuam sendo feitos, para atestar o potencial dessa terapia chinesa, com vários benefícios da técnica já sendo cientificamente comprovados (se frutos de um placebo ou não, aí é outra história), mas com vários resultados inconclusivos ou negativos também presentes.
Efetiva até certo ponto, mas não milagrosa |
A acupuntura surgiu na China em torno de 100 a.C., ou mais. Espalhando-se rápido pelo mundo após o século XVII d.C., essa terapia hoje conta com mais de 1 milhão de profissionais fora da China, onde cerca de 300 mil desses são médicos. A base tradicional dessa medicina é sustentada, em grande parte, por conceitos não científicos, trazendo explicações como 'energia vital' (Qi) e 'meridianos' para justificar o uso de agulhas bem finas de aço inoxidável em pontos específicos do corpo. Através da estimulação dos pontos de acupuntura, diversos problemas no corpo poderiam ser solucionados, especialmente aqueles envolvendo dores crônicas.
Porém, assim como acontece com quase toda medicina alternativa, principalmente a tradicional chinesa, a acupuntura mais sobrevive por crença e tradição do que reais resultados clínicos no tratamento de muitas doenças, sendo mais eficiente apenas quando o foco é o tratamento de dores diversas. Vários são os estudos clínicos e revisões sistemáticas da literatura científica feitos ao longo dos anos que procuraram, e ainda procuram, por efeitos terapêuticos significativos no uso dessas agulhas, com muitos trazendo respostas positivas e muitos trazendo respostas negativas, dependendo do problema de saúde sendo analisado.
Cientistas já tentaram buscar explicações lógicas para os efeitos positivos da acupuntura, e mecanismos fisiológicos controlados pelo Gate Control Theory (uma das bases teóricas mais aceitas hoje pela medicina para explicar os aspectos físicos e psicológicos da dor) e a liberação endógena de opioides (nesse caso, fortes anestésicos liberados pelo próprio corpo) já entraram como candidatos. Mas, até hoje, o funcionamento fisiológico dessa prática chinesa não é bem entendido. Efeito placebo parece responder por boa parte ou por todos os efeitos terapêuticos associados à acupuntura, algo reforçado pelo uso de sham acupuncture (acupuntura falsa, na tradução literal) (1).
Nesse último ponto, é bastante questionado se obedecer os pontos especiais ensinados pela metodologia tradicional dessa prática realmente faz diferença ou se qualquer ponto faria o mesmo serviço. Nessa lógica, caso as aplicações de agulha sejam feitas em locais errados ou de forma completamente aleatória no corpo para uma certa condição a ser tratada - sham acupuncture -, dando os mesmos ou melhores resultados do que a técnica tradicional, significa que a prática da acupuntura precisa ser revista. Além disso, a aplicação diferenciada de agulhas nos mesmos locais propostos pela acupuntura podem também gerar efeitos diferenciados, para melhor ou pior, independente se seguindo o método supostamente correto. E estudos mostram que isso é provavelmente verdade para várias situações, inclusive gerando melhores benefícios clínicos em alguns casos (Ref.4, 5 e 6).
A acupuntura funciona, mas será que os pontos específicos da técnica tradicional são realmente importantes ou os corretos? |
No geral, assim como a Homeopatia e outras medicinas alternativas mais suspeitas, a acupuntura realmente pode trazer benefícios e vantagens em certos problemas do paciente - especialmente quando o foco é aliviar dores - através provavelmente do efeito placebo, porém de forma aparentemente superior a esses outros tratamentos alternativos (talvez devido à intervenção mais invasiva ou a uma real contribuição extra de um mecanismo terapêutico não-placebo). Ainda é controverso a eficiência a longo prazo da acupuntura, mas dizer que a técnica não é uma boa ferramenta terapêutica está longe da verdade, assim como dizer que o efeito placebo não possui valor terapêutico (1). Porém, é preciso tomar cuidado, porque placebos apenas aliviam sintomas e não funcionam em todas as pessoas. Abaixo, foram reunidos os benefícios comprovados, incertezas terapêuticas e falta de eficácia em uma gama de problemas (lembrando que são apenas algumas - entre as mais discutidas - das várias condições de saúde associadas com o tratamento da acupuntura).
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(1) Leitura recomendada: Placebos são poderosos analgésicos
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BENEFÍCIOS DA ACUPUNTURA
Seja devido ao efeito real da acupuntura ou à aplicação "aleatória" de agulhas no corpo, existem problemas que podem ser tratados ou aliviados com essa medicina alternativa (de forma complementar ou não), sendo algo já reconhecido em diferentes extensões pela medicina tradicional. Porém, é preciso lembrar que cada caso é um caso. Podemos citar:
1. Dores no tratamento de cânceres: Um estudo de meta-análise e revisão sistemática deste ano mostra que a acupuntura mostra benefícios para o alívio de dores relacionadas à quimioterapia, radioterapia, tratamentos hormonais e cirurgias associados ao tratamento do câncer. (Ref.14)
2. Dores agudas na parte inferior das costas (lombalgia): Em 2013, uma revisão sistemática encontrou que a acupuntura pode ser benéfica, até mais do que medicamentos, para dores agudas na parte inferior das costas, mas os resultados são, até certo nível, inconsistentes, apesar do consenso indicar reais benefícios. Neste último caso, foi mostrado que a real acupuntura parecia dar melhores resultados do que o placebo. E isso entra de acordo com outros estudos clínicos e de revisão da literatura científica. (Ref.9)
4. Dores na osteoartrite: Em 2014, uma revisão sistemática encontrou que a acupuntura promovia resultados positivos para o alívio das dores da osteoartrite, e que poderia ser recomendada como uma alternativa aos medicamentos tradicionais. (Ref.10)
5. Dores do joelho: Um estudo de revisão sistemática de 2007 encontrou evidências positivas para o alívio das dores de joelho, as quais sobrepujavam, inclusive, a 'falsa acupuntura'. (Ref.11)
6. Dores de cabeça agudas: Um estudo do ano passado mostrou que existem boas evidências de que a acupuntura é uma boa ajudante para o tratamento de dores de cabeça agudas. (Ref.22)
7. Análise Geral: O NHS (Centro Nacional de Saúde Complementar e Integrativa dos EUA) mostra que existe evidência científica válida suportando apenas o alívio de dores crônicas, como lombalgia, dores de cabeça, dores da osteoartrites, dores de pescoço e dores no joelho. Para o resto, não existe evidências suficientes. (Ref.34)
8. Análise Geral: Um recente estudo europeu fez uma análise das revisões sistemáticas e meta-análises consideradas de ótima qualidade e determinou que a acupuntura é realmente eficaz - baseado nas atuais evidências - para dores de cabeça, enxaquecas, dores nas costas, dor cervical e dores da osteoartrite. Já para outras patologias, mais estudos de boa qualidade seriam necessários para atestar uma possível eficácia terapêutica. (Ref.25)
9. Análise Geral: Usando revisões de alta qualidade do banco de dados Cochrane, um estudo de revisão publicado em 2015 mostrou que a acupuntura é eficaz no tratamento de dores crônicas diversas, mas não encontrou evidências suficientes para dar suporte a outros alegados benefícios. (Ref.29)
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FALTA DE EFICÁCIA E/OU EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS
A acupuntura é tão disseminada, que diversos problemas de saúde aleatórios buscam nela uma esperança de tratamento, sem existir, muitas vezes, uma base científica mínima apoiando o uso dessa prática para tais casos. Abaixo, uma lista dos problemas de saúde onde a acupuntura surge como uma opção sem valia, considerando as atuais evidências disponíveis:
1. Fertilidade: Para melhorar a taxa de sucesso de gravidez em mulheres que realizam a fertilização in vitro. Mas, um estudo de revisão sistemática e meta-análise de 2013 não encontrou benefícios para a prática de acupuntura nesse caso. (Ref.12)
2. Transtornos por uso de substâncias: Para tratar efeitos colaterais do uso abusivo de substâncias psicoativas, como o álcool e cocaína. Mas não existem evidências concretas de que ela seja efetiva, sendo que os estudos clínicos existentes são de muita baixa qualidade, impedindo conclusões definitivas. Além disso, a acupuntura não parece ajudar em nada a acabar com o vício do cigarro, apesar de muitos buscarem a técnica com esse propósito. (Ref.17, 19 e 34)
3. Autismo: Não existem evidências que suportem a prática. (Ref.16)
4. Insônia: Só existem trabalhos de baixa qualidade por trás, sem mínimas evidências válidas. (Ref.15)
5. Calores súbitos associados com o tratamento de cânceres: Assim como na menopausa, esse é um efeito colateral comum nos pacientes submetidos ao tratamento do câncer. Não existem reais evidências científicas de que a acupuntura amenize esses calores. (Ref.18)
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INCERTEZA DE EFICÁCIA
1. Depressão: Um estudo de meta-análise e revisão sistemática de 2015 mostrou que, quando combinado com medicamentos específicos, a acupuntura pode ajudar a tratar a depressão, mas fica a dúvida se os benefícios estão vindo exclusivamente dos medicamentos ou não. O estudo sugeriu que parece existir benefícios extras que não poderiam ser ganhos com o uso isolados dos medicamentos, mas também apontaram que mais estudos e trabalhos de qualidade precisam ser feitos para confirmar isso. (Ref.20)
2. Enurese noturna: Um problema pediátrico bastante comum, o famoso ´xixi na cama´, já teve a acupuntura testada como terapia auxiliar, e um estudo de revisão sistemática e meta-análise deste ano mostrou resultados relativamente positivos, mas não muito significativos, onde os autores pedem mais estudos. Já um estudo publicado ano passado, também de revisão sistemática e meta-análise, chegou quase às mesmas conclusões, adicionando também que boa parte dos estudos clínicos disponíveis eram de baixa qualidade, e que muita cautela é necessária antes de julgar os resultados expostos. (Ref.21 e 30)
3. Dores neuropáticas: Causadas por lesões e disfunções do sistema nervoso, induzidas por doenças diversas, essas dores são ainda um desafio para a medicina, e a maioria dos estudos que usam a acupuntura para amenizar o problema mostram resultados positivos, mas ainda é preciso estudos mais rigorosos para atestar essa eficácia. (Ref.24)
4. Náuseas e vômitos no tratamento de cânceres: Em um estudo de revisão sistemática de 2013 foi achado que a acupuntura parecia amenizar sintomas de náusea e vômito em pacientes com câncer sob quimioterapia, mas que mais estudos precisavam ser feitos para confirmar. (Ref.7)
5. Recuperação neurológica após uma lesão na coluna espinhal: Estudos sobre a eficácia da acupuntura nesse tipo de tratamento são, em geral, de baixa qualidade e tendenciosos, mas mostram resultados positivos. Portanto, é necessário mais estudos de boa qualidade para conclusões mais definitivas. (Ref.26)
6. Alívio da Coceira: Um artigo de revisão sistemática e meta-análise chinês achou resultados positivos na análise de trabalhos limitados que verificavam os benefícios da acupuntura para o tratamento de coceiras causadas por agentes diversos, incluindo doenças. Mas os próprios autores envolvidos pediram grande cautela ao interpretar os resultados positivos encontrados e que muito mais estudos são necessários para conclusões definitivas. (Ref.27)
7. Tratamento de dor resultante de uma cirurgia nas costas: Um estudo de revisão sistemática e meta-análise de 2014 mostrou que não existem sólidas evidências de suporte, apenas possíveis benefícios, no uso da acupuntura para aliviar as dores na parte inferior da costas (lombalgia) após cirurgias nessa região. Estudos mais rigorosos, com melhores padrões de controle, são necessários para conclusão. (Ref.30)
8. Dores crônicas na parte inferior das costas: Existe forte conflito na literatura científica sobre a eficácia da acupuntura para dores não-específicas crônicas na parte inferior das costas. Em 2016, o National Institute for Health and Care Excellence (NICE) no Reino Unido, removeu a acupuntura dos guias de saúde para o tratamento de lombalgia, citando falta de evidência indicando uma maior eficácia do que um placebo (porém, considerou-se a modalidade sham como modelo de placebo) (Ref.35).
9. Distúrbios de sono em mulheres após a menopausa: Uma revisão sistemática feita no Departamento de Psicobiologia, na Universidade Federal de São Paulo, encontrou algumas evidências positivas no tratamento de problemas de sono em mulheres que já entraram na menopausa, mas muito limitadas para qualquer tipo de conclusão. (Ref.32)
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ANGINA? Angina estável crônica (AEC) é o principal sintoma de isquemia miocárdica e é associada com um aumento de risco para eventos cardiovasculares mais sérios e morte cardíaca súbita. Essa condição afeta uma média de 3,4 milhões de pessoas acima dos 40 anos de idade todos os anos; na China, a prevalência reportada é de 9,6%. Nesse sentido, um estudo publicado no JAMA Internal Medicine (Ref.36) conduziu um teste clínico randomizado de 20 semanas em um total de 404 participantes sofrendo de AEC, divididos em 4 grupos: um recebendo acupuntura no meridiano afetado pela doença (DAM), um recebendo acupuntura no meridiano não-afetado (NAM), um recebendo sham acupuntura (SA) e um não recebendo acupuntura. Todos os participantes estavam recebendo terapias anti-angina. Os resultados mostraram que o grupo DAM, em comparação com os outros, mostrou uma significativa maior redução na frequência dos ataques de angina. Segundo os autores, acupuntura no DAM causa remodelagem autonômica ao melhorar o balanço entre o nervo vago e o sistema nervoso simpático. No entanto, os autores também mencionaram que estudos prévios não encontravam diferença entre DAM e SA.
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RISCOS?
A prática da acupuntura não carrega riscos significativos se feita por profissionais preparados e em um ambiente higienizado, especialmente se a esterilização das agulhas for levada a sério. Complicações graves durante ou após uma sessão de acupuntura são raras, onde a maior parte dos problemas estão relacionados com infecções bacterianas causadas pelas feridas feitas pelas agulhas. Mesmo em pacientes recebendo anticoagulantes (ou seja, maiores riscos de sangramento), as complicações são bem raras (Ref.33). Grávidas também podem receber a acupuntura com segurança (Ref.32). E como a acupuntura traz pouquíssimos efeitos colaterais e riscos, ela é uma boa opção na substituição ou diminuição do uso de medicamentos tradicionais para dor, por exemplo, os quais podem até ser mais efetivos em muitos casos, mas normalmente carregam um espectro relativamente preocupante de efeitos colaterais quando usados em excesso.
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CONCLUSÃO
A acupuntura precisa ser encarada com cautela e boa parte dos benefícios supostamente trazidos por essa técnica terapêutica mostram-se inconclusivos e/ou inefetivos na maior parte dos estudos clínicos. Para vários problemas de dores no corpo a acupuntura parece trazer significativos benefícios, o que corrobora sua natureza mais próxima de um placebo. E é válido também lembrar que a acupuntura tradicional está dando espaço para uma atualizada da medicina moderna, esta a qual tenta entender a base científica do método e busca aprimorá-lo. Sim, porque a acupuntura traz reais benefícios e entendê-la melhor, fugindo de conceitos mais espirituais e levando em conta também a sham acupuncture, pode tornar a técnica uma valiosa arma terapêutica no futuro.
Caso opte por esse tipo de terapia, sempre procure um profissional de saúde qualificado para te indicar os melhores tratamentos, sejam alternativos sejam convencionais. Medicamentos específicos podem ser muito melhores do que o uso das agulhas e solucionar o seu problema de forma mais rápida/duradoura. E caso opte pela acupuntura, busque praticantes capacitados e experientes, exigindo sempre as credenciais de qualificação.
(1) O efeito placebo surge quando o paciente acha que está sendo tratado com algo efetivo e passa a apresentar melhorias no seu quadro de saúde, quando na verdade não está usando nada. Em outras palavras, o próprio cérebro faz ele se sentir bem por achar que está sendo curado, não sendo mais necessário mandar sinais de socorro (dores, mal estar, etc.). O efeito placebo precisa ser descartado nos testes clínicos porque ele apenas mascara o problema, sem estar ajudando a curá-lo de fato. (2) E isso pode levar a doença a se agravar ainda mais por permanecer não tratada. É como quando você toma um medicamento para alívio dos sintomas da gripe (dores no corpo, febre e mal-estar), começa a achar que está bem e vai fazer um treino pesado de musculação ou algum esporte desgastante. Como o medicamento não combateu o vírus da gripe, apenas aliviou os sintomas, o desgaste que será sofrido pelo seu corpo irá piorar a doença, e, como resultado, a pessoa não consegue nem levantar da cama no outro dia, sendo que podia estar bem melhor se tivesse ficado em casa descansando o corpo.
(2) Na verdade, é bem difícil produzir um efeito placebo em estudos controlados para atestar a eficácia da acupuntura, porque você teria que 'fingir' a aplicação das agulhas. Muitas pesquisas tentam fazer isso, modificando as formas de aplicação ou apenas pressionando a pele nos pontos visados sem penetrá-la, mas mesmo isso pode trazer efeitos que fogem do placebo, como apontado por um estudo japonês de 2012 (Ref.6).
OBS.: Existe também outras três versões de acupuntura:
1. O estímulo dos pontos de acupuntura por lasers e não por agulhas. Nos últimos anos essa modalidade mais moderna vem sendo extensivamente estudada para atestar suas possíveis eficácias e vantagens sobre a acupuntura tradicional.
2. O estímulo dos pontos de acupuntura por pressão, através da massagem dos mesmos por um profissional da área. Possui limitadas evidências de eficácia.
3. Junto com a aplicação das agulhas, um estímulo elétrico é aplicado. Estudos recentes vem mostrando alguma eficácia, mas conclusões ainda estão longe de serem definitivas.
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REFERÊNCIAS CIENTÍFICAS
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