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Menina de 5 anos com faringite estreptocócica

 
          Uma menina de 5 anos de idade foi apresentada ao hospital com 3 dias de febre, garganta irritada, e dor ao engolir. No exame médico, a paciente estava com uma febre de 40°C, lábios fissurados e uma língua vermelha com papilas inchadas. Cultura com amostra coletada da garganta da paciente (swab faríngeo) foi positiva para o grupo A de estreptococos (bactérias do gênero Streptococcus), e um diagnóstico de faringite estreptocócica foi feito. A paciente recebeu um tratamento com o antibiótico amoxicilina e teve uma completa recuperação. 

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   FARINGITE ESTREPTOCÓCICA 

          Faringite aguda é uma das reclamações mais comuns que os médicos encontram entre pacientes ambulatoriais, respondendo por aproximadamente 12 milhões de visitas anuais apenas nos EUA, ou 1% a 2% de todas as visitas ambulatoriais anualmente. Tipicamente, a incidência alcança seu pico durante a infância e adolescência, e a doença na maioria dos casos é causada por infecção viral e possui progresso autolimitante. No entanto, o gênero de bactérias Streptococcus do Grupo A é a mais comum etiologia bacteriana para a faringite aguda e responde por 5% a 15% de todos os casos em adultos e por 20% a 30% de todos os casos pediátricos. Porém, a doença é rara em crianças com menos de 3 anos de idade. Nas crianças e adolescentes, o pico de incidência da faringite causada por estreptococos ocorre no inverno e no começo do verão. Nos adultos, geralmente faringite estreptocócica ocorre antes dos 40 anos de idade, declinando continuamente após essa idade. 

         Sintomas geralmente englobando garganta irritada, emergência abrupta de febre e ausência de uma tosse, e exposição a alguém com faringite estreptocócica dentro de 2 semanas prévias à emergência desses sintomas podem ser sugestivos da doença. No entanto, tanto a faringite viral quanto a bacteriana podem englobar um amplo espectro de sintomas similares, os quais podem também ser compartilhados com várias outras causas, sendo idealmente necessário um teste bacteriano em todos os casos. 

          Tratamento da faringite estreptocócica pode ser feito com penicilina ou amoxicilina, considerando o custo relativamente baixo desses antibióticos e perfil de baixos efeitos adversos. Porém, lembrando, TODO tratamento com antibiótico deve ser feito sob recomendação e orientação de um profissional de saúde capacitado. Seguindo o tratamento com antibiótico, os sintomas podem desaparecer dentro de 1 a 3 dias, com possibilidade de retorno ao trabalho ou à escola após 24 horas de tratamento. 

          Apesar da faringite estreptocócica ser considerada uma doença autolimitada, o tratamento adequado com antimicrobiano é importante para prevenir a febre reumática e as complicações supurativas (abscesso peritonsilar, linfadenite cervical, mastoidite, sinusites, otites médias, entre outras), diminuir o período de contagiosidade e a transmissão do estreptococo a outras pessoas, bem como para reduzir a duração da doença. O tratamento iniciado dentro de nove dias do início dos sintomas previne as sequelas da febre reumática.

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OBSERVAÇÃO: A presença de tosse, rouquidão, conjuntivite, rinite, coriza, estomatite ulcerativa anterior, diarreia, exantema viral e contato com pessoas com resfriado comum sugerem faringite aguda de etiologia viral. Dentre os vírus mais comuns, destacamse: Adenovírus, Influenza, Parainfluenza, Vírus Sincicial Respiratório, Rinovírus, Coronavírus, Coxsacckie, Echovírus, Epstein-Barr, Herpes. A faringite estreptocócica (etiologia bacteriana) geralmente apresenta dor de garganta de início súbito, febre, exsudato faríngeo ou hiperemia, enantema petequial no palato, adenite cervical anterior, exantema escarlatiniforme, cefaleia, náuseas, vômitos, dor abdominal, acometendo mais frequentemente indivíduos entre 5 e 15 anos. 

> Os agentes bacterianos mais comuns são: Estreptococo B-hemolítico do grupo A, Estreptococo C e G, Arcanobacterium hamolyticum, Neisseria meningitidis, Corynebacterim diphtheriae, entre outros.

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Publicação do relato de casohttps://www.nejm.org/image-challenge (18 de março, 2021) 

Referência adicional: