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Mulher de 25 anos com verrugas plantares agressivas


Uma mulher de 25 anos de idade que tinha se submetido a um transplante cardíaco ortotópico apresentou-se a uma clínica de cirurgia plástica com um histórico de 4 anos de extensivo desenvolvimento de verrugas plantares em ambos os pés (Figura A).

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(1) As verrugas plantares - também conhecidas como 'olho-de-peixe' - são causadas pelo papilomavírus humano (HPV) - responsáveis também pelas verrugas em geral -, e são caracterizadas como calos rígidos e granulados que aparecem nos calcanhares ou na parte dianteira da sola dos pás. São muito comuns, se propagam facilmente e tendem a ser doloridas sob pressão. As verrugas no geral normalmente são benignas e tipicamente se resolvem espontaneamente dentro de alguns anos. Raramente, as verrugas podem se tornar malignas e se desenvolverem em tumores (carcinoma verrugoso). A primeira linha de tratamento geralmente é o uso tópico de ácido salicílico, com uma taxa de cura de 50-70%.

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As lesões primeiro se desenvolveram 7 anos após o transplante cardíaco e resultou em considerável dor, inchaço, e debilidades. A paciente estava recebendo terapia imunossupressora com mofetil micofenolato e tacrolimo desde o transplante, ficando suscetível a uma infecção mais agressiva pelo HPV. Tratamentos prévios para as verrugas incluíram ação tópica química com ácido salicílico, fluorouracil tópico, terapia de dióxido de carbono a laser, e foram inefetivos. Um exame físico revelou crescimentos verrugosos exofíticos na superfície plantar nas regiões do metatarsal e do calcanhar de ambos os pés, com edema inferior pedal associado.




A paciente foi submetido a um agressivo procedimento para a remoção do tecido associado com as verrugas, seguido por um tratamento com cidofovir tópico duas vezes por dia por 3 meses, mas sem mudanças no seu regime imunossupressor. Ao longo desses 3 meses, as lesões gradualmente desapareceram (Figura B). A paciente voltou a poder suportar seu peso sem dificuldade, e sua qualidade de vida melhorou.


> O caso foi reportado em julho de 2018 no periódico The New England Journal of Medicine

Publicação do caso: NEJM

Referência adicional: Pubmed (Aboud & Nigam)