O que a ciência diz sobre a Hipnose?
Quando falamos em hipnose imediatamente vem à mente a imagem de alguém balançando um relógio de bolso de um lado para o outro proferindo comandos como "Agora você está sob o meu controle e fará o que eu mandar". Apesar dessa visão caricaturada no imaginário popular, beirando algo sobrenatural, a hipnose é um fenômeno real, cada vez mais usado na prática clínica como uma terapia complementar e explorado em pesquisas diversas nos campos da psiquiatria, psicanálise, psicologia e psicoterapia. Porém, mesmo no meio acadêmico, ainda persistem muitas desinformações e mitos sobre o fenômeno hipnótico, fomentados pela compreensão incompleta dos mecanismos neurológicos que baseiam as intervenções hipnóticas. Por outro lado, o uso da hipnose como ferramenta terapêutica ainda é encarado com muito ceticismo na medicina.
O QUE É HIPNOSE?
De acordo com a Sociedade Americana de Hipnose Clínica, hipnose é definida como um "estado de consciência envolvendo atenção focada e consciência periférica reduzida caracterizada por uma capacidade aumentada para reposta a sugestões". Em outras palavras, o indivíduo hipnotizado se torna mais afastado do mundo ao redor e com a atenção voltada para um interlocutor ou hipnotista. Mecanismos associados ao fenômeno da hipnose são complexos e envolvem os domínios biológico (ex.: conectividade funcional, estados cerebrais), psicológico (ex.: expectativa, hipnotizabilidade) e social (ex.: relacionamento, características de demanda).
Apesar da definição dada acima, ainda existe amplo conflito teórico sobre o fenômeno e teorias que buscam explicar a hipnose são divididas em dois grupos gerais:
- teorias de estado, onde hipnose é retratada como um estado distinto caracterizado por foco aumentado, absorção, dissociação dos arredores e responsividade aumentada para sugestões;
- teorias sócio-cognitivas, onde hipnose é retratada como um estado atípico de consciência e onde existe ênfase na contribuição de processos cognitivos individuais e fatores sócio-contextuais nas respostas hipnóticas.
Para uma revisão recente sobre as propostas teóricas buscam explicar a natureza da hipnose, acesse a Ref.1
Existe um consenso de que os efeitos das sugestões hipnóticas ao alterar experiências subjetivas se estendem além do mero relaxamento ou acordabilidade e envolvem um sentido reduzido de agência que não impedem resistência dos indivíduos às sugestões (ou seja, o indivíduo sendo hipnotizado ainda mantém amplo controle sobre suas ações).
O procedimento de hipnose comumente consiste de três estágios frequentemente sobrepostos: indução (orientação ou desorientação), uma fase intermediária consistindo de sugestões, e terminação ("despertar" do estado hipnótico).
Para induzir hipnose, várias sugestões podem ser usadas, mas compartilham dois objetivos básicos:
- estabelecer expectativa positiva sobre o procedimento;
- e tipicamente atrair a atenção, aumentar a absorção em experiências internas e sugestões hipnóticas, e consolidar expectativas relacionadas à hipnose no indivíduo sendo hipnotizado.
Sugestões verbais diretas usadas durante a hipnose comumente visam criar uma realidade sugerida que pode contradizer a atual realidade como é experienciada e conhecida.
O domínio da hipnose consiste de respostas a tipos particulares de sugestões que visam alterar comportamento, percepção, cognição, memória e controle voluntário de comportamento nos indivíduos hipnotizados. Entre sugestões hipnóticas comumente usadas, podemos citar aquelas que usam ideias de movimento, como por exemplo:
- "imagine que sua cabeça está caindo para frente... e você sente uma tendência de fazer o movimento";
- "sua mão começa a ficar pesada... imagine que um peso está puxando ela para baixo... à medida que fica pesada, a mão começa a mover".
Aproximadamente 65% da população adulta é hipnotizável em alguma extensão, e 15% são altamente hipnotizáveis - nesse último caso capazes inclusive de passar por cirurgias sem necessidade de anestesia química, apenas uso de analgesia hipnótica (Ref.2). Já outras pessoas são mais difíceis de serem hipnotizadas. Esse traço neurocomportamental (hipnotizabilidade) é estável, não variando de forma significativa com o avanço da idade.
Existe evidência clínica de que estimulação elétrica no córtex pré-frontal dorsolateral esquerdo pode tornar uma pessoa mais hipnotizável (Ref.2). Porém, os processos neurais específicos associados ao estado hipnótico são ainda pouco esclarecidos (Ref.3-4).
MITOS SOBRE HIPNOSE
Entre os mitos mais comuns que são amplamente aceitos como fatos sobre a hipnose pelo público em geral, podemos citar:
- Pessoas hipnotizadas não podem resistir às sugestões. É comumente assumido que uma pessoa em hipnose profunda exibe "obediência cega", fazendo automaticamente qualquer coisa sugerida pelo hipnotizador. A realidade é que o indivíduo não perde o controle das suas ações durante a hipnose e muito menos é controlado. Pessoas podem resistir e até mesmo se opor às sugestões hipnóticas. A experiência de controle durante a hipnose depende das intenções e expectativas em relação ao desejo de reter o controle voluntário.
- Hipnose é um estado especial. A hipnose é frequentemente e erroneamente caracterizada como um "estado especial" onde mecanismos de defesa são reduzidos e um estado único de relaxamento físico e de "consciência inconsciente" permite o indivíduo hipnotizado entrar nas profundezas do subconsciente. É também comum pessoas retratando a hipnose como um estado de sono ou como um "sonambulismo artificial". No entanto, pessoas podem responder às sugestões hipnóticas mesmo quando estão alertas ou realizando uma atividade física. E a pessoa hipnotizada nunca perde a consciência, permanecendo desperta e ciente dos arredores em significativa extensão. Sugestões hipnóticas são usadas para modular o estado de alerta, percepção e cognição, e não para invocar "estados especiais" ou muito menos de sono.
- Pessoas ou são hipnotizáveis ou não são. A resposta das pessoas à hipnose é, de fato, relativamente estável ao longo do tempo. Porém, é errôneo assumir um padrão "preto-e-branco" para a hipnotizabilidade. Pessoas variam muito na responsividade às sugestões hipnóticas de forma geral e específica (ex.: podem responder a certas sugestões e não a outras). A maioria das pessoas são hipnotizáveis em alguma extensão clinicamente significativa.
- Pessoas hipnotizadas perdem a consciência e desenvolvem amnésia como regra. Uma pequena porcentagem de indivíduos que entram em níveis muito profundos de transe hipnótico se encaixa nesse estereótipo e apresenta amnésia espontânea. A maioria das pessoas se lembra de tudo o que ocorre na hipnose. Além disso, a maior parte do que se busca alcançar na hipnose pode ser obtido em um transe de profundidade média, onde as pessoas tendem a se lembrar de tudo.
- Responsividade às sugestões refletem apenas farsa ou combinado. Comportamentos sugeridos durante hipnose podem desviar muito do mundano, esperadamente levantando suspeitas se são genuínos ou não. No entanto, estudos de imagem neural mostram que os efeitos das sugestões hipnóticas ativam regiões do cérebro (ex.: processamento visual) consistente com os eventos sugeridos (ex.: alucinação de um objeto). Isso aponta que os efeitos hipnóticos causam reais efeitos neurobiológicos.
- Métodos hipnóticos requerem grande habilidade para aplicá-los. Uma ideia muito popular e errônea sugere que o hipnotista precisa ser quase um "mágico" ou alguém com um dom especial para conseguir hipnotizar uma pessoa. A realidade é que administrar uma indução hipnótica não requer nenhuma habilidade especial além daquelas requeridas para interações sociais básicas e administração de procedimentos experimentais ou clínicos. No entanto, hipnose deveria ser praticada apenas por profissionais treinados no uso de hipnose.
- Regressão hipnótica pode recuperar memórias acuradas de um passado distante. Séries de TV e filmes frequentemente exibem pessoas sendo capazes de recapitular memórias extremamente acuradas de vidas passadas quando hipnotizadas. Porém, a ciência da hipnose sugere o contrário. Quando pesquisadores avaliam a acuracidade das memórias de pessoas submetidas à "regressão temporal" para um período antigo (ex.: século X) em relação a informações factuais do período sugerido, eles encontram que a informação recapitulada é quase invariavelmente incorreta. E, mais importante, não existe qualquer suporte científico para "memórias de vidas passadas".
HIPNOSE NA MEDICINA
A hipnose, entrando no campo médico desde o final do século XVIII para se espalhar em meados do XIX, jamais foi unanimidade e ainda hoje é comumente considerada uma pseudociência quando usada para certos fins terapêuticos.
O termo hipnotismo foi criado por James Braid (1795-1860) em 1843, e designava um estado alterado de consciência (sonambulismo) produzido por um conjunto de técnicas com finalidades terapêuticas. Braid, por exemplo, induzia hipnose através de fixação ocular, primariamente visando reduzir dor aguda. Ao longo do século XIX, desenvolveram-se técnicas, que foram sendo adotadas pela medicina e nas quais os médicos poderiam influenciar seus pacientes - um conceito ganhando cada vez mais corpo na época de que a própria relação interpessoal possuía poder terapêutico (base para futuras psicoterapias). Nessa época, tornou-se relativamente comum o uso de "anestesia hipnótica" durante procedimentos cirúrgicos - prática que se estendeu em meio às Grandes Guerras na primeira metade do século XX no contexto de escassos recursos farmacológicos (Ref.5).
No final do século XIX, testemunhou-se na França, local de maior popularidade da hipnose, o desenvolvimento de duas escolas com pensamentos diferentes e rivais. De um lado, Auguste Liébeault e Hippolyte Bernheim em Nancy e, de outro, Jean Martin Charcot em Salpetrière, principal influência de Pierre Janet (Ref.8). Charcot acreditava que a hipnose era um estado patológico observado na histeria, mas usaria a própria hipnose para remover os pacientes deste estado; enquanto, em Nancy, considerava-se a hipnose uma técnica de sugestão que permitiria tratar os pacientes das mais diversas condições médicas, e não só psiquiátricas.
O famoso psicanalista Sigmund Freud (!) teve também participação notável nos debates sobre o uso terapêutico da hipnose e entrou em contato com ambas as escolas de pensamento. Freud, inicialmente, reconheceu o valor do emprego da hipnose no tratamento das histerias, mas acabou abandonando a prática, em 1896, em favor da associação livre como metodologia de tratamento. Aparentemente, Freud não conseguiu obter sucesso terapêutico com a sugestão hipnótica. Esse evento trouxe forte suporte para a linha de pensamento de que o tratamento psicanalítico não deveria ser baseado na sugestão ou na persuasão. Esse foi um "golpe de força" que baniu da hipnose qualquer relevância científica para a psicanálise, e dificultou seu uso para a psicologia clínica e outras áreas até a década 1950.
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(!) Aproveitando para esclarecer: o conceito de "orgasmo vaginal", uma invenção de Freud no início do século XX, não possui suporte científico. Entenda: O Ponto G existe?
> Embora o uso de hipnose para anestesia tenha sido dramaticamente reduzido a partir da segunda metade do século XIX - após crescente popularidade dos anestésicos inalados seguindo a primeira demonstração de sucesso na prática clínica do éter dietílico em 1846 (Dia do Éter) -, os anestésicos hipnóticos recuperaram certa relevância nos EUA e no Reino Unido na segunda metade do século XX. Ref.5
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No Brasil, a hipnose foi também introduzida, mas sem sofrer resistência de debates científicos como foi observado na Europa (Ref.8). Entrou primeiro pelo Rio de Janeiro, por meio dos trabalhos de Francisco Fajardo, autor da tese "Hipnotismo" em 1896. Em São Paulo, a hipnose foi inicialmente mencionada em publicações médicas de 1902 e fortemente enraizada nas décadas seguintes. Em 1959, criou-se a sessão paulista da Sociedade Internacional de Hipnose, que em 1973 se transformou na "Divisão Nacional do Brasil para a Sociedade de Hipnose Médica de São Paulo" e inaugurada em 23 de maio de 1973 no Instituto de psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de São Paulo.
No contexto terapêutico, a hipnose é descrita como um modo singular de comunicação, estabelecida através de uma relação de confiança (rapport), em que o paciente está mais receptivo às ideias apresentadas pelo hipnólogo (ou hipnotista), mostrando-se mais motivado a explorar seus "recursos internos" no manejo de suas respostas e comportamentos frente ao adoecimento ou patologias agudas e crônicas.
Entre os efeitos esperados da hipnose para o paciente (âmbito individual) estão: o favorecimento do processo de mudança; a estimulação da plasticidade neuronal; a comunicação mais efetiva; a melhoria nos relacionamentos/conexões; a ampliação de sensações, percepções, pensamentos e comportamentos; a quebra de crenças limitantes e a aprendizagem através do maior acesso a processos cognitivos menos explorados do cérebro.
EVIDÊNCIA TERAPÊUTICA
Embora existam muitos estudos clínicos na literatura médica explorando a hipnose como uma ferramenta terapêutica para problemas de saúde mentais e somáticos diversos, a hipnoterapia ainda é encarada com certo ceticismo pela comunidade médica e frequentemente é considerada uma forma de pseudociência. Por outro lado, cada vez mais especialistas nas áreas de psicologia e de psiquiatria têm advogado pelo uso da hipnoterapia na prática clínica, como tratamento adjuvante.
Estudos clínicos e de revisão têm sugerido eficácia terapêutica da hipnoterapia no tratamento de quadros variados de dores crônica e aguda (ex.: fibromialgia), obesidade, depressão, transtorno do estresse pós-traumático, ansiedade, fobias, ataques de pânico, estresse, ansiedade, dependência química, síndrome do intestino irritável, efeitos colaterais de terapias oncológicas (ex.: vômitos e náuseas) e sintomas de pós-menopausa (Ref.9-14). É sugerido até mesmo que a hipnoterapia pode fortalecer a imunidade, reduzir o progresso de desordens neurodegenerativas e ajudar na prevenção de doenças cardiovasculares.
Porém, esses potenciais benefícios terapêuticos são suportados por evidência ainda limitada. Os usos terapêuticos mais promissores da hipnose são para pacientes experienciado dor, pacientes sendo submetidos a procedimentos médicos e em populações de crianças e adolescentes (Ref.15). Possíveis efeitos adversos são ainda pouco esclarecidos. Por exemplo, não se recomenda usar hipnoterapia em pacientes com psicose ou certos tipos de transtornos de personalidade, à medida que a intervenção hipnótica pode piorar a condição (Ref.16).
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> Lembrando que o efeito placebo é especialmente eficaz no alívio de dores. Para mais informações: O que é o efeito placebo? E qual a relação entre vudu e nocebo?
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O que acontece em uma sessão de hipnoterapia?
Existem diferentes tipos de hipnoterapia e diferentes maneiras de hipnotizar uma pessoa. Em uma sessão de hipnoterapia, primeiro você geralmente conversará com o/a terapeuta - no caso conhecido como hipnólogo, hipnotista ou hipnoterapeuta - para discutir o que espera alcançar e definir quais métodos serão utilizados.
De qualquer forma, como regra geral, existem três etapas da hipnose (Ref.17):
- Indução
- Fase intermediária
- Emergência
A indução significa "começar". Durante a indução, o paciente vai começar a relaxar, e, nesse sentido, o hipnoterapeuta irá ajudá-lo a concentrar a atenção e ignorar as distrações. Existem algumas maneiras de incentivar o paciente a relaxar, incluindo:
- focar os pensamentos do paciente em uma imagem ou pensamento específico na mente;
- respirar de forma lenta e controlada;
- tensionar os músculos enquanto o paciente respira, depois relaxá-los enquanto expira (relaxamento muscular progressivo).
Na fase intermediária, temos o aprofundamento e as sugestões.
No aprofundamento, o hipnoterapeuta aumenta o relaxamento e foco do paciente. A indução seria como entrar na extremidade rasa de uma piscina. O aprofundamento seria a submersão com segurança de todo o corpo na água. Nessa parte, o hipnoterapeuta pode encorajar o paciente a pensar em imagens como caminhar lentamente por uma escada ou afundar em uma cama confortável.
Neste ponto, o paciente estará idealmente mais aberto a sugestões.
As sugestões são as mudanças reais em seu comportamento ou experiência que o paciente deseja fazer. O hipnoterapeuta usará imagens e linguagem cuidadosamente escolhidas, sugerindo gentilmente e de forma positiva mudança na maneira de pensar, agir ou responder a algo. Pode ser uma sugestão específica, como ajuda para largar o fumo, ou algo mais geral, como sentir menos estresse no trabalho. Sugestões verbais diretas usadas durante a hipnose comumente visam criar uma realidade sugerida que pode contradizer a atual realidade que é experienciada e conhecida.
Finalmente, o hipnoterapeuta irá ajudar o paciente a sair da hipnose. Se entrar na hipnose é como submergir em uma piscina, a emergência é trazer a pessoa de volta à superfície. Para isso, o hipnoterapeuta irá pedir para o paciente se concentrar em imagens reversas em relação à fase de aprofundamento. Por exemplo, fazer o paciente imaginar que está subindo escadas ou removendo suavemente a coberta para sair de uma cama.
Uma sessão de hipnoterapia dura cerca de 1 hora.
Exemplo de intervenção hipnótica
Recentemente, médicos têm usado hipnose para tornar máscaras de ventilação mais toleráveis aos pacientes com problemas respiratórios.
Pessoas que chegam ao hospital com problemas respiratórios geralmente recebem ventilação não invasiva (VNI) por meio de máscara e tubos conectados a uma máquina para aumentar a quantidade de oxigênio no sangue e reduzir os níveis de dióxido de carbono. No entanto, alguns pacientes não toleram uma máscara apertada sobre a boca e o nariz e precisam ser sedados ou receber medicamentos ansiolíticos.
A sessão de hipnose, nesse contexto, consiste de uma fase de indução calmante usando orientação de voz, sincronização de respiração e imagens visuais; uma fase de aprofundamento para reduzir a ansiedade e aumentar a dissociação do desconforto físico; e uma fase de sugestão terapêutica, com o objetivo de promover sentimentos de segurança, confiança no tratamento e cooperação com a máscara.
REFERÊNCIAS
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