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Qual a função das glândulas faciais do Muntjac-Chinês?

Figura 1. O Muntjac-Chinês possui dois pares de glândulas no rosto: 2 glândulas frontais (seta com contorno vermelho) e 2 grandes glândulas pré-orbitais (setas com contorno verde).

 
          O Muntjac-Chinês (Muntiacus reevesi) é um cervídeo nativo de regiões montanhosas e de florestas temperadas no Sudoeste da China e em Taiwan, mas atualmente encontrado em vários países da Europa após introdução por humanos no início do século XX. Notavelmente, ambos os sexos possuem 2 pares de grandes glândulas odoríferas abaixo e entre os olhos (Fig.1), as quais secretam substâncias usadas para marcar território e para potencial comunicação feromônica. As glândulas pré-orbitais são maiores nos machos e ficam bem visíveis quando evertidas previamente à marcação de território ou durante interações intensas e agressivas.

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           O Muntjac-Chinês pode abrir apenas as glândulas pré-orbitais, ou apenas as glândulas frontais, ou ambos os pares de glândulas juntas (!). Glândulas em ambos os lados sempre abrem simultaneamente. As glândulas pré-orbitais são abertas tipicamente durante defecação e urinação, e, nesse contexto, o animal lambe a secreção liberada com um movimento para cima com a língua. Muito ocasionalmente as glândulas são abertas como parte de alguma demonstração social.  As glândulas frontais às vezes abrem quando o cervídeo está mastigando algo duro (ex.: pedaço de osso) ou morde um membro da mesma espécie. Nesse sentido, aparentemente essas glândulas são também abertas involuntariamente como resultado de fortes contrações de outros músculos faciais. Além disso, as glândulas pré-orbitais podem ser abertas de forma muito mais ampla do que as glândulas frontais, e podem inclusive ser evertidas (Fig.2).


Figura 2. Macho adulto de Muntiacus reevesi com glândulas pré-orbitais evertidas. As glândulas frontais estão fechadas. Foto: J. Anat. (1976), 122, 1, pp. 61-66

Figura 3. (A) Macho e (B) fêmea de Muntiacus reevesi. Miazi et al., 2016

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(!) Vídeo mostrando um indivíduo abrindo e fechando ambos os pares ao mesmo tempo: https://www.instagram.com/p/CnFl4jqpakw/?igshid=YmMyMTA2M2Y=

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          O macho distingue-se pela presença de grandes caninos - usados em lutas com machos rivais - e de pequenas armações, ambos inexistentes na fêmea. Na testa, o macho, apresenta um padrão escuro em forma de “V”, enquanto que na fêmea o padrão é em forma de diamante. De pequeno porte relativo a outros cervídeos, o Muntjac-Chinês possui comprimento de ~80 cm, altura de ~45 cm e massa corporal de ~20 kg. De hábitos solitários e uma longevidade de até 20 anos, a dieta desses cervídeos inclui folhas, frutos, cascas de árvores e fungos. Essa espécie exibe também vocalizações de alarma semelhantes a latidos, usadas para atrair fêmeas, defender territórios e afastar predadores. Felizmente, não se encontram ameaçados de extinção, apesar do aumento da caça contra a espécie nas últimas décadas.

> Importante: Todos os cervídeos possuem um número de glândulas exócrinas de odor espalhadas pelo corpo, incluindo glândulas pré-orbitais (adjacente ao canto nasal do olho). Em espécies como o Rusa unicolor e o Beatragus hunteri, as glândulas pré-orbitais são também bem grandes e visíveis. As secreções dessas glândulas possuem uma emulsão mucosa contendo material branco insolúvel e também compostos orgânicos voláteis e não-voláteis. Apesar de um estabelecido papel na marcação de territórios, outras funções são propostas, incluindo comunicação olfativa e até mesmo comunicação visual durante demonstrações agonísticas entre machos (padrões de fechamento-abertura das glândulas).


Figura . Glândula pré-orbital aberta em um veado-vermelho (Cervus elaphus). Foto: Luděk Bartoš

REFERÊNCIAS

  1. https://www.uticazoo.org/reevesmuntjac/
  2. https://www.zoo.pt/pt/conhecer/animais/mamiferos/muntjac-chines/
  3. https://www.lazoo.org/explore-your-zoo/our-animals/mammals/muntjac-reeves/
  4. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/ddi.12833
  5. https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/23802359.2021.2015267
  6. Miazi et al. (2016). Phenotypic and Reproductive Parameters of Barking Deer Under Management Condition of Chittagong Zoo. International Journal of Genetics and Genomics, Volume 4, Issue 5, Pages: 40-44.
  7. http://article.sciinnov.net/html/10.11648.j.ijgg.20160405.11.html
  8. https://link.springer.com/article/10.2478/s11756-011-0015-4
  9. https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0376635714003003