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Por que o cigarro (provavelmente) nunca será proibido?


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        Foi como uma epifania quando ouvi sobre este assunto em um programa de rádio Norte-Americano. Fui pesquisar mais a fundo e pude confirmar a ideia (1). Podemos imaginar um futuro em que as bebidas alcoólicas terão sua venda proibida, mas nenhum país  que preze sua economia jamais colocaria empecilhos maiores à venda do tabaco do que algumas advertências de risco à saúde nas embalagens. E por trás dessa suposição existe uma lógica perversa.



         Existem dois tipos de drogas: aquelas que permitem ao usuário uma vida produtiva e aquelas que causam danos físicos/ psicológicos, reduzindo o indivíduo a um estado de morbidez social e rápida morte. O cigarro representa o primeiro grupo, e o vício gerado por ele não incapacita o trabalhador imediatamente, demorando anos até que os danos sejam letais. Mas como o efeito de dependência é forte e a fumaça aspirada é altamente cancerígena, os impostos cobrados pelo governo são muito altos em cima da mercadoria. Ou seja, o governo ganha nos impostos absurdos taxados sobre a indústria tabaqueira e continua ganhando os impostos do trabalhador quimicamente dependente, porém, ainda eficiente.

          E agora vem o mais traumatizante: existe um terceiro ganho para a economia do país e ele é provido pela morte do indivíduo quando os danos do cigarro começam a ficar pesados. E quando ocorre essa morte? Na velhice, principalmente por câncer, e quando o cidadão não oferece mais serviços para o Estado, pelo contrário, é a hora da aposentadoria.O bendito cigarro, além de gerar fortunas para o governo, ainda ceifa aqueles que retiram renda do Tesouro Nacional! É a droga perfeita, economicamente falando! Nesse sentido, não é surpresa a cocaína, metanfetamina e outras drogas altamente destrutivas a curto prazo serem proibidas terminantemente.

         O álcool também produz a mesma lógica lucrativa, porém ele não é uma menina dos olhos do Estado, porque ele acaba matando muitos jovens inconsequentes, os quais seriam futuros trabalhadores que pagam impostos. Além disso, acidentes de carro e suas incapacitações associadas, geram prejuízos grandes ao sistemas de saúde e seguro do país. Por isso é mais fácil vermos as bebidas alcoólicas serem banidas, mas não o cigarro (como já ocorreu nos EUA, durante a Lei Seca, mesmo que essa tenha sido uma desculpa também para os lucros com o tráfico ilegal do produto).

       Ah, e qual é a outra droga sendo legalizada em todos os lugares do mundo? Certo, a maconha! E como ela também é fumada na grande maioria dos casos e não é tão nociva a curto prazo, assim como o cigarro, o governo irá ter mais um grande ajudante. Ainda quer permanecer seguindo essa lógica diabólica ou prefere procurar ajuda para parar de fumar ou evitar a todo custo iniciar o vício?

(1) O artigo apenas explora uma hipótese para explicar o porquê do cigarro não ser proibido ao redor do mundo, considerando que é um veneno abertamente declarado, independentemente da quantidade consumida.