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É seguro atirar para cima?


- Atualizado no dia 21 de janeiro de 2023 -

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       Aqui no Brasil, o ato de atirar para o alto (!) é um crime grave, inafiançável, compreendendo uma pena entre 2 e 4 anos de prisão e multa (Artigo 15 da Lei Federal n° 10.826/2003, Ref.1). Essa proibição engloba também os chamados 'tiros de advertência' e a alegação de autodefesa. Mas quando uma bala de munição cai da sua posição terminal de alcance vertical, existe real preocupação quanto à sua capacidade de dano? Pessoas já morreram com as chamadas "balas gravitacionais"?

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   TIRO E QUEDA

          No momento de um disparo, uma bala pode alcançar velocidades superiores a 800 m/s (algo próximo de 3 vezes a velocidade do som, ou Mach 3). Devido às características de rotação e densidade da bala (constituída, basicamente, de ligas de chumbo), essa alta velocidade implica em sérios danos ao alvo direto. Quando se atira para o alto, a bala começa a perder energia cinética devido ao atrito com o ar e à gravidade terrestre puxando-a para baixo. Desse modo, em um certo ponto da trajetória (posição terminal) ela para completamente, caindo de volta com a aceleração exclusiva da gravidade. 


          Considere agora um disparo genérico para o alto (ângulo de disparo não se afastando muito de 90°). Depois de ser expulsa do cano da arma devido à queima da pólvora e rápida expansão dos gases produzidos, a bala percorre uma distância vertical próxima de 3 quilômetros, se assumirmos uma velocidade de saída acima de 800 m/s e abaixo de 900 m/s (algo em torno de 3000 km/h), a ação da gravidade e a resistência do ar. Essa viagem total frequentemente soma em torno de 50 segundos (18 para ir e 32 para voltar, aproximadamente), caso o disparo seja realizado ao nível do mar e na superfície da Terra. Se o disparo para o alto fosse feito no vácuo - sem resistência do ar -, o alcance de subida seria várias vezes maior e demoraria quase 3/4 a mais do tempo para ir e voltar (onde este tempo seria dividido igualmente na ida e na volta). Fica óbvio perceber que a interação de atrito com o ar atmosférico muda bastante a dinâmica de movimento do projétil, e durante a queda várias das características iniciais do disparo são perdidas. No vácuo, a bala subiria e desceria com a mesma velocidade, atingindo similar poder de letalidade em ambos os casos dependendo do local de impacto - e conservando críticas propriedades de dano na queda, como a cavitação temporária.


        
           Balas em queda - ou balas gravitacionais - são aquelas que se movem sob o efeito exclusivo da gravidade. Após um tiro para o alto, a bala se move sob o efeito de uma explosiva aceleração. Por causa da gravidade, a velocidade inicial é continuamente desacelerada até atingir zero (energia cinética nula). Nesse ponto, o movimento da bala muda para baixo e sua velocidade inicialmente zero irá ser acelerada pelo efeito da gravidade até que o arraste da resistência do ar equalize a aceleração gravitacional (força de arraste = força da gravidade), resultando em uma velocidade terminal (vertical) constante da bala em certo ponto durante a descida, a qual será mantida até o impacto na superfície.

          A velocidade terminal de uma bala depende de múltiplos fatores. Um deles é a composição da bala. A maioria das balas são feitas de chumbo devido à alta densidade desse metal. Isso faz a bala de chumbo sofrer significativamente menos arraste do ar por massa durante a queda, resultando em uma velocidade terminal substancialmente alta. Outro fator que afeta a velocidade terminal da bala gravitacional é o ângulo do tiro. Ângulos mais ou menos próximos de 90° (velocidade horizontal = 0) irão determinar diferentes alcances verticais da bala, resultando em diferentes velocidades terminais até um certo limite de altura. Outros fatores que determinam a velocidade terminal são a forma da bala, sua direção durante o movimento e suas características aerodinâmicas. Além disso, a bala nem sempre irá cair com a parte de trás (base) no sentido da queda, aumentando seus danos de impacto.  

           Estudos experimentais têm mostrado que é preciso uma velocidade de cerca de 61 m/s de um projétil balístico padrão (isso muda, logicamente, com a massa-densidade da bala e sua ponta de perfuração; vamos assumir aqui calibres medianos, com uma ponta mais arredondada) para causar fratura óssea ou penetração no crânio. Uma bala viajando a 46 m/s a 52 m/s no máximo irá penetrar a pele humana (Ref.6).

          Testes experimentais mostram que a velocidade terminal alcançada por projéteis balísticos, mesmo com perdas consideráveis de 82% a 96% da energia cinética inicial por causa da dissipação energética com o atrito atmosférico, pode ir de 90 m/s (324 km/h) até 275 m/s (próximo de 1000 km/h) dependendo do calibre e tipo de bala. Ser atingido com um pedaço de 'chumbo' a mais de 300 km/h pode causar sérios danos e até morte. Em um estudo teórico  publicado em 2019 no periódico Revista Brasileira de Ensino de Física (Ref.7), pesquisadores calcularam a altura máxima e a velocidade terminal associada para diferentes calibres disparados a velocidades subsônicas (tipicamente a partir de revólveres e pistolas), como pode ser observado na tabela abaixo.


          Nesse sentido, respondendo à pergunta inicial, SIM, o dano causado por uma bala-projétil durante a queda após ser disparado para o alto pode ser fatal, e temos, de fato, vários casos registrados de óbitos causados por balas gravitacionais, incluindo um número de casos de perfuração dupla do crânio e relatos descritos na literatura acadêmica de migrações intracranianas. Agrava-se o fato de que a área da cabeça é o alvo com maior probabilidade de impacto para balas gravitacionais. Mesmo armas de pequeno calibre podem ser letais para disparos verticais, estes os quais, infelizmente, são comuns em várias regiões do mundo durante comemorações militares e civis.

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          Um estudo nos EUA analisando dados acumulados entre 1985 e 1992 (Ref.9), mostrou que 77% das balas caídas que atingiram pessoas inocentes (118 casos no total em Los Angeles), acertaram a cabeça, ombros e coluna. E a taxa de mortalidade nesses casos foi de 32%, significativamente maior do que para outros casos de ferimentos com tiros! Esses trágicos infortúnios são mais comuns em áreas de guerra, campos de treinamento do exército e países como o Afeganistão, Paquistão, Iraque, Turquia, Líbano, Índia e algumas partes da América Latina, onde saraivadas de tiros para o alto são uma forma bastante recorrente de comemoração. Aliás, temos diversos casos já reportados de membros do exército Norte-Americano que acabaram tendo uma bala alojada no corpo devido aos disparos de comemoração. Porém, soldados usam, normalmente, capacetes protetores, e acabam ficando mais protegidos contra danos letais. As vítimas fatais na maior parte das vezes envolvem civis sem qualquer proteção (capacete, colete, etc.), frequentemente crianças.  

          Além dos registros oficiais em Los Angeles, podemos citar alguns outros notáveis exemplos na história recente (Ref.10, 14, 19):

- Em 2007, após o time de futebol Iraquiano vencer a Copa da Ásia, três pessoas foram mortas em Bagdá entre os vários disparos com arma de fogo para cima durante a celebração dos torcedores;

- Entre 31 de dezembro de 2003 e 1 de janeiro de 2004, em Porto Rico, balas gravitacionais de disparos de celebração do ano novo causaram 19 casos de sérias lesões e 1 morte;

- Em 1991, disparos de celebração no Kuwait no final da Segunda Guerra do Golfo foram culpados por 20 mortes;

- Em 8 de agosto de 1988, milhares de pessoas foram feridas e centenas morreram após o cessar-fogo entre Irã e Iraque; quase todos os casos foram causados por balas gravitacionais;

- De acordo com dados estatísticos das Forças Libanesas de Segurança Interna, anualmente (2016, 2017, 2018), são aproximadamente 167 vítimas não fatais e 7 vítimas fatais de balas gravitacionais oriundas de comemorações no país. Em torno de 50% das vítimas não fatais são crianças e em torno de 3 das 7 mortes são de crianças com menos de 10 anos de idade.

- Mais recentemente, tiros de celebração na capital do Afeganistão (Kabul) após alegada conquista do território de Panjshir foram responsáveis por pelo menos 17 mortes e em torno de 40 feridos reportados.

          Mesmo com a maioria dos ferimentos sendo de menor gravidade e com a bala ficando alojada no tecido subcutâneo nesses casos, complicações da penetração das balas gravitacionais podem facilmente ocorrer devido à falta de pronto atendimento médico. Isso porque na maior parte das vezes as vítimas e as testemunhas não possuem ciência do disparo ou se uma lesão percebida é produto do impacto e penetração de uma bala. Soma-se a isso o fato de que o exame médico inicial (primeiras impressões clínicas) geralmente não aponta ferimento por bala como uma real possibilidade - considerando a falta de um claro contexto tradicional para tal -, com o correto diagnóstico frequentemente ocorrendo via imagens radiológicas sem qualquer suspeita clínica prévia de bala gravitacional.

          Nesse sentido, é importante realçar que os números de vítimas de balas gravitacionais oficialmente registrados provavelmente representam dramáticas subestimativas do real número de casos ao redor do mundo, já que a maioria desses casos não são reportados.

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   RELATOS DE CASOS (EXEMPLOS)

   CASO 1 (Ref.14)

          Um paciente de 10 anos de idade do sexo masculino, vivendo em uma fazenda da Jordânia com seus pais, foi trazido para uma clínica de cirurgia neurológica com um histórico de 2 semanas de dor no quadril esquerdo após ciar de uma árvore enquanto estava colhendo olivas. O paciente foi levado primeiro para a emergência de um hospital local, onde uma radiografia pélvica inesperadamente revelou uma bala alojada em oposição ao nível vertebral L5 (figura B). A criança não reportou qualquer outro sintoma neurológico aos médicos, a não ser ocasionais incontinências fecais que ela não havia trazido à atenção dos pais.


          Durante exploração mais aprofundada do caso, a mãe lembrou de um incidente que havia ocorrido 3 meses prévios à admissão hospitalar. A família costumava dormir no quintal da casa durante as noites de verão, e, em uma dessas noites, a criança (paciente) havia acordado subitamente reclamando de uma dor ardente nas costas. A mãe, então, inspecionou as costas do filho e notou algumas gotas frescas de sangue, a qual foi pensada na época ser apenas uma picada de inseto. Na manhã seguinte, a criança não mais reclamava e atendimento médico foi dispensado. 

          A data desse incidente coincidiu com o período onde os resultados do exame nacional de ensino médio (Tawjihi) na Jordânia - cuja aprovação é necessária para o acesso ao ensino superior - foram anunciados. Como parte da tradição, as pessoas celebram a aprovação no exame com saraivadas de tiros para o alto.

          Durante os preparativos para a cirurgia de remoção da bala, os médicos observaram em outra radiografia fluoroscópica uma migração do projétil para o nível do espaço discal entre a terceira e a quarta vértebra lombar. Na cirurgia, a bala foi empurrada para sua localização inicial e removida de forma segura do paciente. O projétil era de um rifle M16 com calibre de 5,56 mm, como mostrado na figura abaixo.


 
   CASO 2 (Ref.15)

          Um paciente de 15 anos do sexo masculino reclamando de dor de cabeça e fraqueza do pé esquerdo foi trazido ao departamento de emergência de um hospital na Turquia, em 2018. O paciente desenvolveu uma dor de cabeça após um objeto atingir sua cabeça enquanto andava na calçada, cerca de 6 horas antes da admissão hospitalar. Após 1 hora da lesão, o paciente progressivamente desenvolveu crescente dormência e perda de poder no pé esquerdo (pé pendente). Durante exame da cabeça, foi observada uma lesão quase circular com 0,5 cm de diâmetro. Tomografia computacional (CT) revelou uma bala gravitacional intacta na mesma área da lesão na pele, como observado na figura abaixo. A bala penetrou o parênquima cerebral e causou uma contusão mínima logo abaixo do osso craniano. A bala foi removida com sucesso, mas mesmo após 2 semanas de acompanhamento do paciente, ele ainda reclamava de dormência no pé e dorsiflexão parcial. 


   CASO 3 (Ref.16)

          Uma criança de 7 anos, durante uma festa de noivado do seu tio no Líbano, colapsou subitamente enquanto estava tocando tamborim. No departamento de emergência, a criança chegou sem pulso, com a circulação sendo recuperada após dois ciclos de ressuscitação cardiopulmonar. No exame físico do paciente, nada foi notado anormal, exceto por um pequeno buraco no lado esquerdo da sua cabeça. Imagem de radiografia revelou que uma bala gravitacional havia penetrado através do cérebro e lesionado a medula espinhal. A bala havia entrado a partir do cérebro parietal esquerdo, viajado através do corpo caloso e da medula, e se alojada atrás das vértebras T1 e T2 no espaço subaracnoide. Seis dias depois, a criança, Adam, veio a óbito.

   
   CASOS 4 E 5

          Em um estudo publicado no periódico Journal of Forensic Sciences (Ref.20), duas mortes decorrentes de balas gravitacionais foram descritos. Os acidentes fatais ocorreram durante celebração do Ano Novo no Sul da Califórnia.

          No primeiro caso, um homem de 69 anos de idade colapsou aparentemente sem motivo em meio a uma festa e foi trazido para o hospital com parada cardíaca. Ele tinha um histórico de hipertensão. O médico do paciente atestou a morte como consistente de doença hipertensiva cardiovascular. Porém, durante a autópsia, um massivo hemotórax (acúmulo de sangue entre o pulmão e a parede torácica) foi identificado, e um projétil (b) foi recuperado do ventrículo esquerdo do coração após ter perfurado a aorta. Uma lesão de entrada da bala, previamente não observada, foi identificada no lado esquerdo do pescoço (a).


          No segundo caso, um homem de 35 anos de idade teve um colapso e subsequente atividade de convulsão testemunhada no meio da rua. Serviços de emergência médica foram chamados e, durante análise do paciente, uma lesão na cabeça foi observada. Na autópsia, um buraco provocado por entrada de um projétil foi identificado (c), com penetração no cérebro. Um projétil calibre-40 foi recuperado do tecido cerebral (d).


   CASOS 6 (Ref.21)

           Mateus Facio, de 21 anos, recebeu o impacto na cabeça de uma 'bala gravitacional'. No dia 31 de dezembro de 2023, na Praia do Forte, em Cabo Frio, Mateus pensou que havia sido acertado na cabeça por uma pedrada. Nesse sentido, após cuidados básicos na ferida, continuou seguindo sua vida normalmente na viagem e volta para casa.

Tomografia mostrando o projétil (bala) alojado na cabeça de Mateus.


            Só quatro dias depois, ao perceber que os braços e os dedos não estavam se mexendo normalmente, ele procurou um hospital. Lá, descobriu que precisaria ser operado para retirada de um projétil (calibre 9 milímetros) alojado na cabeça.

            A bala estava comprimindo o cérebro numa região que é próxima da região responsável pela mobilização do braço direito. A cirurgia era arriscada, mas o paciente [operado] teve uma boa recuperação.

           A Polícia Civil de Cabo Frio ainda está  investigando de onde saiu a bala e quem efetuou o disparo. Conforme a Polícia Militar, não houve registro de nenhuma ocorrência no dia envolvendo tiros na região da praia. 


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   CONCLUSÃO

          Disparos para o alto não apenas podem ser letais como, de fato, causam várias vítimas ao redor do mundo. Se você possui uma arma de fogo pessoal evite dispará-la para o alto, independente do motivo e do ângulo de disparo. Mesmo sem intenção, você pode ser o responsável por causar a morte de uma criança ou outra pessoa inocente. Além do mais, aqui no Brasil, é crime grave. 

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(!) Assim como em qualquer lugar público, independente da direção do disparo, desde, claro, que não seja uma tentativa de crime, onde, nesse caso, a penalidade judicial é obviamente bem mais grave.
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OBSERVAÇÃO: Se o tiro para o alto for realizado em altitudes muito elevadas, o dano das balas gravitacionais será potencialmente bem maior, já que a bala atravessará, tanto na ida quanto na volta, camadas cada vez mais rarefeitas de ar (poucas moléculas de gás por centímetro cúbico), o que diminui a força de atrito atmosférico e resulta em maior conservação da energia cinética.


Artigo Recomendado: Suicídios e armas de fogo

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REFERÊNCIAS CIENTÍFICAS
  1. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.826.htm
  2. http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0003497506008319 
  3. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4443299/
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  5. http://www.injuryjournal.com/article/S0020-1383%2812%2900050-2/abstract 
  6. Kadhim, A. H. K., Neamah, M. J., & Nema, I. S. (2020). Cranial falling bullet injuries, a series of 30 cases in Iraq. British Journal of Neurosurgery, 1–7.
  7. https://www.scielo.br/j/rbef/a/wHYj9z6DWWByVVP6rScGcRN/
  8. https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/02688697.2020.1834505
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  12. https://europepmc.org/article/med/19263358
  13. http://www.journals.lapub.co.uk/index.php/roneurosurgery/article/view/1358
  14. Alsabbagh, Q., Kanaan, T., Dumour, E. A., Hadidi, F., & Al-Sabbagh, M. Q. (2020). An incidental migrating intra-spinal bullet: the silent victim of celebratory gunfire. British Journal of Neurosurgery, 1–4.
  15. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6117535/
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  17. Maiden, N. (2009). Ballistics reviews: mechanisms of bullet wound trauma. Forensic Science, Medicine, and Pathology, 5(3), 204–209.
  18. http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1572346109000348
  19. https://www.independent.co.uk/asia/south-asia/afghanistan-live-taliban-panjshir-valley-news-b1914195.html
  20. Rapkiewicz et a. (2013). Fatal Wounds Sustained from “Falling Bullets”: Maintaining a High Index of Suspicion in a Forensic Setting. Journal of Forensic Sciences, 59(1), 268–270. https://doi.org/10.1111/1556-4029.12258
  21. https://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/noticia/2024/01/20/estudante-que-levou-tiro-na-cabeca-em-praia-do-rj-e-achou-que-era-pedrada-dirigiu-mais-de-300km-de-volta-a-mg.ghtml