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Explosões no Ártico!

    

           Pode até parecer mais uma "chatice" vindo do pessoal do Greenpeace, mas as explosões marinhas causadas pelas companhias exploradoras de petróleo no Ártico são, realmente, prejudiciais ao ecossistema da região. Sim, explosões marinhas!

          Diversas companhias de exploração utilizam energia sísmica controlada para gerar ondas de reflexão e refração para analisar a composição do solo em grandes profundidades. As ondas sísmicas usadas são, normalmente, geradas por explosões poderosas, pois essas ondas precisam possuir bastante energia para atravessar enormes profundidades e ainda voltarem para sensibilizarem equipamentos de medição geológica. Como as diversas camadas de solo são compostas de materiais diferentes, variando ainda de região para região, as ondas geradas sofrem refração e reflexões diferenciadas, dependendo de onde estão passando. Com isso, elas são refletidas e captadas com ´sinais´ únicos, discriminando a composição do solo, acusando possíveis minerais de interesse ou bolsões de petróleo (encontrados em rochas sedimentares). As explosões controladas podem ser causadas por dinamites simples, se feitas em terra firme, ou mais sofisticadas, como as ´air guns´ se for usada na água, por exemplo.


             Essa é uma ferramenta valiosa para o setor industrial de extração, mas no caso das petrolíferas, principalmente no Ártico, o uso dessa técnica pode ser altamente danoso para as espécies marinhas da região. Para se ter uma ideia do estrago, os barulho gerado pelas explosões de air guns alcançam cerca de 259 decibéis na água, equivalendo a 198 decibéis no ar! O ouvido humano, por exemplo, já experiência uma dor insuportável nos 125 decibéis e a ruptura do tímpano ocorre no intervalo de 140 a 150 decibéis! No Brasil, por exemplo, o barulho legalmente aceitável da poluição sonora nas cidades, durante o dia, é um máximo variando entre 50 e 85 decibéis. Imagina, agora, esses tormentos auditivos sendo gerados o dia inteiro no ecossistema marinho. É muito provável que diversos animais, como as baleias, que dependem muito da audição para se comunicarem nos oceanos, estejam sendo, irreversivelmente, lesionadas. Isso faz com que os animais fiquem desorientados nos mares, facilitando sua morte. Além disso, a energia das explosões acaba danificando as geleiras ao seu redor, criando verdadeiras armadilhas para os animais terrestres (desmoronamentos, falsas pisadas, etc.). O vídeo abaixo, feito pela equipe do Greenpeace, mostra a atividade, realizada por um conjunto de embarcações.

          
    O barulho feito pelas explosões é incrivelmente alto, mesmo não dando para perceber 
   pelo vídeo; e as explosões são consecutivas, quase sem intervalos    

                    

Navio de ´batalha´ do Greenpeace patrulhando o Ártico
            Na busca de mais petróleo, as empresas não medem esforços e recursos. Se destruir o ambiente ao seu redor significar lucro, não existe questionamento. Isso sem falar nos eventuais vazamentos, os quais matam milhares de vidas e demoram horrores para sair do ecossistema. Foi focado o Ártico no texto ( essas explosões são uma ameaça em vários locais do planeta), porque é uma área ameaçada por vários elementos, incluindo a exploração massiva de petróleo e o aquecimento global     ( derretimento das geleiras). Ali também existem várias espécies únicas, com grande parte sob risco de extinção, como os ursos polares e as baleias. O investimento e os lucros valem as consequências? O Greenpeace vem fazendo sua parte e pede a ajuda de todos para garantir o futuro desse ecossistema tão especial e exuberante.

ATUALIZAÇÃO ( 28/09):  Sim!! Os ambientalistas do mundo inteiro estão comemorando, aliviados, com o anúncio de uma das maiores empresas de exploração e refinamento de petróleo. Hoje, a Shell anunciou que parará a exploração de petróleo no Ártico! A empresa era uma das maiores ameaças ao frágil ecossistema da região, com a perfuração de poços, constantes vazamentos de óleo no mar e as temidas explosões marítimas. E, depois de lutas e mais lutas com o Greenpeace, a Shell resolveu hastear a bandeira branca!

           À medida foi tomada porque a Shell não estava conseguindo achar petróleo suficiente para compensar os gastos exploratórios na região, aliado às pressões de organizações ambientais e da nova postura da administração do presidente Obama, este o qual está disposto a mudar a fama dos EUA de´destruidor ambiental´.