Lírios-do-mar são plantas ou animais?
Figura 1. Crinoide fotografado na Ilha de Cassini, Kimberley. |
Crinoides (classe Crinoidea) - ou popularmente conhecidos como lírios-do-mar - são membros do filo Echinodermata, o mesmo grupo que inclui as estrelas-do-mar (classe Asteroidea) (1), ofiúros (classe Ophiuroidea) (2) e bolachas-do-mar (classe Clypeasteroida) (3). Esses animais podem se movimentar nos oceanos usando seus apêndices similares a penas (os quais são geralmente usados para a filtração de alimentos). Os crinoides pertencem a uma linhagem muito antiga de animais, com alguns fósseis datando do período Ordiviciano (~485 milhões de anos atrás), persistindo até hoje e englobando clados encontrados em todos o mundo, desde águas marinhas rasas até regiões oceânicas profundas. Diferente dos espécimes fossilizados na Fig.2, hoje a maioria dos crinoides não possui apêndices similares a caules (pedúnculos) usados como âncora, mas algumas espécies possuem versões mais curtas dessas estruturas. Além disso, os crinoides modernos geralmente não exibem grande porte como várias espécies extintas.
Para mais informações:
- (1) Estrelas-do-mar são apenas cabeças, aponta estudo
- (2) Parece uma estrela-do-mar mas não é: o que são Ofiúros?
- (3) Por que bolachas-do-mar possuem o desenho de uma estrela ou flor no esqueleto?
Durante as eras Paleozoica e Mesozoica esses animais se proliferaram de forma explosiva, resultando em uma quantidade enorme de fósseis desses períodos. Aliás, durante o Carbonífero, os crinoides eram tão abundantes que seus vestígios ósseos formaram rochas calcárias chamadas de encrinitos. De todas as 9-11 subclasses conhecidas de crinoides, apenas uma sobreviveu e engloba as atuais espécies vivas (Articulata) (Ref.6).
> Devido ao formato corporal dos crinoides, similar a flores, esses animais são comumente chamados de lírios-do-mar.
REFERÊNCIAS
- https://blog.hmns.org/2017/05/giant-creepy-and-ancient-our-ground-shaking-new-addiction-to-the-hall-of-paleontology/
- Salamon et al. (2021). Shared patterns in body size declines among crinoids during the Palaeozoic extinction events. Scientific Reports 11, 20351. https://doi.org/10.1038/s41598-021-99789-6
- Ausich et al. (2021). Carboniferous crinoids. Geological Society, London, Special Publications, Volume 512, Pages 551-601. https://doi.org/10.1144/SP512-2020-7
- Saulsbury & Baumiller (2022). Dispersals from the West Tethys as the source of the Indo-West Pacific diversity hotspot in comatulid crinoids. Paleobiology, 1-14. https://doi.org/10.1017/pab.2022.23
- https://www.assis.unesp.br/#!/departamentos/ciencias-biologicas/museu-cbi/acervo/fosseis/animal/equinodermos/
- https://animaldiversity.org/accounts/Crinoidea/
- Macurda & Meyer (1983). Sea lilies and feather stars. American Scientist, Vol. 71, No. 4, pp. 354-365. https://www.jstor.org/stable/27852135