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Suplementos de Luteína e Zeaxantina são realmente remédios para os olhos?



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           Luteína e zeaxantina são carotenoides - pertencentes ao grupo das xantófilas - responsáveis pela coloração amarela de várias partes animais e vegetais. Esses pigmentos são considerados nutrientes essenciais para a saúde humana, especialmente por comporem a porção macular da retina. Os humanos, e outros animais, conseguem boas quantidades dessas duas substâncias a partir do consumo de frutas, legumes, verduras e ovos. Doenças como a degeneração macular e catarata parecem estar relacionadas com uma baixa ingestão desses nutrientes. Nesse sentido, existem diversos suplementos alimentares no mercado que trazem concentrados dessas substâncias, como o Lut-10. Mas será que uma suplementação é realmente necessária para quem segue uma dieta saudável ou até mesmo pode prevenir doenças associadas com a visão?


   DEGENERAÇÃO MACULAR

             A mácula é uma pequena área pigmentada na retina responsável pela visão central, com foco no detalhamento dos objetos visualizados na parte não periférica do campo visual. Problemas nessa região, ressaltados com o avanço da idade, geram embaçamento da visão central (perto e longe), onde em casos mais avançados pode ocorrer sua perda total. Apesar disso, a pessoa acaba não ficando completamente cega porque, como dito, a visão periférica continua sem sofrer maiores prejuízos (é como se existisse uma mancha preta no centro do seu campo de visão).

          A degeneração macular (AMD, na sigla em inglês) é a principal doença que caracteriza esses sintomas, e é a maior causa de perda de visão em indivíduos com mais de 50 anos nos países desenvolvidos. Hoje, os tratamentos são bem limitados e pouco efetivos. Fatores de risco para o surgimento da doença compreendem a obesidade, histórico familiar, fumo, exposição excessiva a luz solar e idade. De todos esses, os fatores genético e idade mais avançada são os mais decisivos para o desenvolvimento da AMD. Evidências também mostram que nutrientes anti-oxidantes também estão associados beneficamente com a doença.  E é neste último ponto que entram os dois carotenoides.

Visão normal (à esquerda) e visão comprometida pela degeneração macular (à direita)

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   LUTEÍNA, ZEAXANTINA E A MÁCULA

          Tanto a luteína quanto a zeaxantina estão como pigmentos na mácula para provavelmente (1) absorverem o excesso da energética luz azul, a qual possui potencial para causar danos radicalares e oxidativos na retina. Eles serviriam, portanto,  como verdadeiros óculos escuros para os olhos. Existe também a hipótese dos dois servirem como antioxidantes que inativam perigosos radicais livres produzidos pelo excesso de luz solar. Apesar de serem pigmentos amarelos (por absorverem o comprimento de onda azul da luz branca), dentro do olho vivo eles parecem bem escuros, com uma tonalidade nada amarelada. Porém, depois da morte, se fizermos uma autópsia dos olhos, veremos uma mácula bem amarela. Assim, sendo protetores dessa região dos olhos, diversos problemas na visão poderiam ser prevenidos caso exista um bom consumo dos dois nutrientes, seja a partir da dieta seja a partir da suplementação.

Macula, no centro da retina, indicada pela seta

            Sim, estudos mostram que existe uma relação direta entre aumento do consumo desses dois pigmentos com o aumento da pigmentação da mácula. Ou seja, quanto mais você consome dos dois, mais você terá deles na mácula. Evidências também sugerem que a degeneração macular, catarata e alta sensibilidade à luz podem talvez serem prevenidas ou desaceleradas caso exista um aumento na ingestão de luteína e zeaxantina. Além disso, alguns estudos vão até mais longe, ligando ambas as substâncias com uma menor incidência de cânceres, problemas cardíacos, envelhecimento da pele e danos cerebrais, já que as duas também são encontradas em outras partes do corpo, especialmente no tecido cerebral. Diversos suplementos então surgiram prometendo uma melhor visão e prevenção dessas doenças, tornando-se produtos bem populares entre a população. Alguns até mesmo prometem ajuda no tratamento do progresso da catarata e da degeneração macular. O problema é que não existem evidências científicas suficientes para um sólido suporte para a maioria dessas alegações.

          Enquanto o consumo desses carotenoides é  importante para a saúde, principalmente a dos olhos, não existe real comprovação científica de que eles ajudam a prevenir as doenças listadas acima. Caso você esteja consumindo-os a partir da dieta, em quantidades recomendadas, não existe comprovação de que um excesso ajude a visão. E, mesmo consumindo em quantidades não adequadas, também não existe comprovação de que existirá um maior risco em desenvolver catarata ou degeneração macular. Nesse último caso, pode existir uma perda de eficiência visual, mas não necessariamente o disparo de uma doença.

          Para expor melhor esse cenário, em 2005, o FDA (Administração de Drogas e Alimentos nos EUA) rejeitou diversos suplementos baseados em zeaxantina e luteína do mercado que prometiam prevenção da degeneração macular, por não existirem evidências científicas suficientes para tal alegação (Ref. 4). Já a ANVISA, aqui no Brasil, deixa claro que ambas as substâncias não possuem base científica suficiente para quaisquer alegações de benefícios para o corpo, especialmente relacionados à doenças degenerativas da retina. A ANVISA ainda inteira que a suplementação, além de não comprovar benefícios, também não possui estudos suficientes que a isentam de induzir danos ao corpo (possíveis excessos), e, portanto, proíbe o uso como medicamento e não recomenda o uso como suplemento (Ref. 5).

          Apesar disso, existem fortes evidências, especialmente mais recentes (2007-2016), de que o manejamento de uma quantidade extra de anti-oxidantes no corpo pode desacelerar o progresso da degeneração macular em pacientes mais velhos. Com o avanço da idade, danos oxidativos/radicalares começam a se acumular no corpo e podem ser um fator que piora o quadro da doença. Coquetéis compostos de vitaminas C e E, zinco e beta-carotenos, todos em quantidades excessivas, mostraram-se relativamente efetivos em retardar a AMD, e estão incluídos no leque de tratamentos para a doença. Os beta-carotenos estão tendendo a serem substituídos nas formulações pela combinação luteína/zeaxantina, por estes últimos terem se mostrado mais seguros (pacientes fumantes demonstraram ter maior risco de desenvolver câncer com um excesso no consumo de beta-caroteno). Porém, tanto a luteína e a zeaxantina separadamente não possuem forte suporte científico para serem usadas no tratamento (mas existem evidências plausíveis).

          E mais uma vez reforçando: uma suplementação excessiva desses anti-oxidantes parece surtir efeito quando a degeneração macular já está em seu início, e em idades avançadas, e não como forma de prevenção. Ou seja, não significa que se você se entupir de anti-oxidantes hoje estará prevenindo a AMD. Na verdade, o efeito na saúde pode ser o contrário do esperado a longo prazo. Considerando esse ponto final, existem duas questões que colocam ainda mais dúvidas na necessidade da suplementação.

Além de serem caros (uma média de R$ 110,00 a caixa), os ´suplementos´ de luteína e/ou zeaxantina não possuem comprovação de eficiência em prevenir o surgimento de diversas doenças alegadas pelos vendedores; uma dieta saudável, com ovos, verduras, legumes e verduras são uma forma muito mais efetiva, segura e barata de promover uma melhor saúde ocular

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   FONTES ALIMENTARES

           Diversos alimentos possuem boas quantidades dos dois pigmentos em sua composição. Frutas, verduras, grãos e legumes com uma tonalidade amarelada, alaranjada, avermelhada ou esverdeada, são ricos em carotenoides, com grande chance de serem ricos em luteína e zeaxantina. E não é só no reino vegetal. O amarelo da gema de ovo, por exemplo, é devido aos dois pigmentos! Vou listar algumas fontes:

1. Em geral, todas as verduras verdes escuras contém altas quantidades dos dois pigmentos, como espinafre, couve e mostarda (embora algumas exceções não sejam boas fontes de zeaxantina);

2. Legumes como a cenoura e pepino;

3. Frutas como a abóbora, kiwi, uvas, laranja e o abacate;

4. Grãos e sementes, como a ervilha, milho e pistache

5. Algas, como a espirulina;

6. Flores comestíveis, como as do nastúrcio;

7. As fontes animais são representadas, basicamente, pelos ovos, com as gemas sendo fontes bem ricas dos dois pigmentos. Aliás, estudos apontam que a luteína presente no ovo é a de melhor absorção pelo corpo.

A gema do ovo possui a coloração amarelada devido à presença de luteína em conjunto com a zeaxantina

          E são muitas as fontes vegetais desses nutrientes. Se a sua dieta contém um mínimo de frutas, legumes e verduras, você com certeza estará consumindo boas quantidades deses pigmentos, os quais são requeridos em doses bem pequenas (sua degradação no corpo é diminuta). O incentivo à população deveria ser em ter uma alimentação diversificada, e não pílulas, as quais estarão entregando um nutriente específico, sendo que com a alimentação você estaria agregando uma gama de macro- e micro-nutrientes essenciais para o seu corpo.

           Da mesma forma que comer muita cenoura não melhora a visão além do que já suportado pelo seu organismo através do consumo recomendado de vitamina A, o excesso de luteína e zeaxantina não possui comprovação de melhora na saúde dos olhos. E você não estará perdendo apenas dinheiro consumindo um monte de anti-oxidantes e vitaminas. A hipervitaminose é tão perigosa quanto a hipovitaminose, além do excesso de antioxidantes, antes pensado seguro, produz potenciais problemas médicos englobados no chamado Paradoxo dos Antioxidantes. Nosso corpo evoluiu para trabalhar com quantidades ideais de micro e macro nutrientes. Os excessos ou faltas nutricionais podem ser bem danosos. E existe uma razão para as vitaminas, minerais e antioxidantes serem chamados de MICRO-nutrientes (2).

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     CONCLUSÃO

           Caso você tenha uma alimentação equilibrada, com a presença de uma variedade de alimentos vegetais e ovos, não é necessário consumir suplementos de Luteína/Zeaxantina. Não existem provas de que uma suplementação extra melhore a saúde da visão, muito menos que previne a catarata e a degeneração macular, e menos ainda cânceres e afins. Para o caso de indivíduos que possuem péssimos hábitos alimentares, trabalhem em meios super estressantes para o corpo (minas de carvão, fábricas poluentes, entre outros) ou que possuam fortes vícios com fumo/bebidas alcoólicas, uma suplementação TALVEZ seja algo relevante, já que os danos oxidativos e radicalares no corpo podem diminuir muito os níveis dos dois pigmentos em taxas que superem muito a ingestão alimentar.

            No geral, confie em uma dieta saudável, não em uma pílula duvidosa. Muitas vezes, as pessoas tendem a focar os olhos em um ou outro nutriente a partir de suplementos e esquecem-se do todo, este o qual só será idealmente obtido de uma dieta completa e equilibrada. Praticar exercícios físicos, parar de fumar, evitar os excessos alcoólicos, manejar o ganho de peso (obesidade) e ter uma dieta diversificada e nutritiva são as melhores formas de prevenção das doenças que atingem os olhos, especialmente a AMD.


(1) Na verdade, não existe nem consenso científico sobre a ação benéfica desses dois pigmentos para a retina, como sua extensão ou mecanismo de ação. Nem mesmo doses recomendadas estão estabelecidas para esses nutrientes. Mas, por fazerem parte da composição da mácula ocular, são tidos como nutrientes importantes ( os suplementos contendo essas substâncias, portanto, nem poderiam ser chamados de ´suplementos´).  Apesar de absorverem a luz azul (3), não existe certeza se esta ação é realmente fundamental para prevenir danos oxidativos e na retina. É provável, mas não totalmente provado. De qualquer forma, alguns estudos apontam essa função dos pigmentos como algo certo.

A diferença entre as duas substâncias é posição de uma dupla ligação ( ´duplo risco´) em um dos anéis na estrutura química; a presença de várias duplas conjugadas na estrutura é a responsável pela sua grande absorção no comprimento de luz visível, nesse caso a cor azul

(2) A tentativa, em meio científico, de tentar encontrar evidências de que a suplementação com outros antioxidantes, como as vitaminas C e E, e ácidos graxos insaturados como o Ômega 3, pode ajudar a prevenir a degeneração macular e outras doenças afins é inconsistente. Nenhum consenso foi ainda encontrado. Mesmo pequenas evidências em estudos isolados podem gerar erros de confiança, já que pacientes nos testes podem estar com uma deficiência inicial em certas vitaminas, por exemplo, condição esta que pode propiciar o surgimento de várias doenças, como as oculares. A suplementação, nesse caso, veio apenas para suprir a carência. Em uma população normal e bem alimentada, a suplementação pode não surtir efeito nenhum e pode acabar prejudicando a saúde ao invés de melhorá-la.

(3) Geralmente, não associamos ´energia´ com as cores da radiação visível (cores). A luz branca, porém, é bem energética* e composta por 7 cores básicas (vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, lilás e violeta). Na ordem entre parênteses, o vermelho é o menos energético ( maior comprimento de onda e menor frequência) e o violeta é o mais energético. Portanto, o azul possui bastante energia e, como ele é bastante refletido no meio ambiente (o céu azulado, por exemplo), um mecanismo para absorver o excesso dele pode se provar bem útil para proteger estruturas sensíveis do corpo, como a retina. *Por isso superfícies pretas se aquecem bem rápido, já que absorvem todas as cores da luz visível. No lado oposto, superfícies brancas demoram bem mais para se aquecerem por refletirem todas as cores.

Da esquerda para a direita temos uma aumento da quantidade de energia transportada por cada faixa no espectro da radiação eletromagnética, incluindo a luz visível

OBS.: O cozimento dos alimentos podem diminuir a quantidade de luteína e zeaxantina, já que ambos são sensíveis às altas temperaturas. Mas as perdas costumam ser bem pequenas. Existem algumas exceções, porém, como as cenouras, as quais fornecem muito mais dos dois nutrientes quando estão cozidas.

Nota: Os dois pigmentos parecem ter propriedades de proteção nas folhas das plantas, onde absorvem o excesso de radiação nociva do Sol, além de poderem ter papel na neutralização de espécies reativas danosas, especialmente formas radicalares da clorofila.


Artigos recomendados:

  REFERÊNCIAS CIENTÍFICAS
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  3. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11880585
  4. http://www.fda.gov/Food/IngredientsPackagingLabeling/LabelingNutrition/ucm073291.htm
  5. http://portal.anvisa.gov.br/wps/content/anvisa+portal/anvisa/perguntas+frequentes/alimentos/49c5d8804050157da442ac89c90d54b4
  6. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2018774/
  7.  https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22696317
  8. http://www.ars.usda.gov/is/pr/2004/040818.htm 
  9. http://bjo.bmj.com/content/82/8/907.short
  10. http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0014483501911261
  11. http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1529183904700494
  12. http://journals.lww.com/co-ophthalmology/pages/articleviewer.aspx?year=2008&issue=01000&article=00015&type=abstract 
  13. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25856365
  14. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22696317
  15.  https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23152201
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  20. http://journals.cambridge.org/action/displayAbstract?fromPage=online&aid=8479176&fileId=S0007114511004260
  21. http://iovs.arvojournals.org/article.aspx?articleid=2148575
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