Adoçantes podem engordar tanto quanto o açúcar comum?
Parece completamente contraditório à primeira vista, mas os adoçantes podem te
engordar mais do que o açúcar comum. Esse aparente absurdo pode ocorrer, em hipótese, porque
o corpo acaba sendo enganado pelo gosto doce dessas substâncias.
Depois de ingerido, o corpo digere o adoçante e não consegue encontrar caloria nenhuma. Isso seria ótimo se nosso organismo soubesse que estamos em tempos modernos, sem necessidade de armazenar grandes quantidades de caloria para sobreviver em momentos de fome e frio. Porém, ainda somos, morfologicamente, quase os mesmos de 10 mil anos atrás, com instintos selvagem de adaptação. E o que isso tem a ver com o adoçante? Quando comemos algo, o organismo não aproveita todo o conteúdo energético que poderia ser gerado do alimento, mandando parte significativa para a excreção. Mas isso muda quando ele percebe que algo antes bastante energético ( nesse caso, o ´doce´) agora não fornece energia como antes. Nosso corpo então entra em estado de desespero e vai fazer de tudo para extrair o máximo de calorias de qualquer alimento açucarado que encontrar pela frente, pois, aparentemente, o modo de digestão não está mais funcionando. Ou seja, se você usa frequentemente adoçante, quando você come outras coisas com açúcar, seu corpo irá absorver muito mais calorias delas. Além disso, o organismo pode passar a ter mais fome, para induzir você a consumir mais calorias. Antes o ´doce´ fornecia bastante energia e agora o ´mesmo´ doce não fornece mais: é hora de se adaptar. Se você é daqueles que consome adoçantes para compensar a sobremesa mais tarde, te aconselho fortemente a parar com isso. E não só são as coisas adocicadas que sofrem um maior ataque digestivo. Tudo muito energético, como massas e gorduras, também começam a ser mais absorvidas pelo corpo, para compensar o suposto distúrbio calórico. Claro, todas essas afirmações ainda estão sob avaliações de estudos de longo prazo, e são contraditórios em algumas análises clínicas, mas muitas evidências apontam positivamente para essa hipótese.
E existe um outro agente que ajudaria a modificar os fluxos energéticos no seu corpo. Em ratos, alguns estudos* já mostraram que quando dois grupos desses roedores eram alimentados com o mesmo número de calorias diária, mas em vez de dar açúcar para ambos, um deles recebia adoçantes, este último grupo engordava muito mais do que o outro! Analisando o intestino dos ratos alimentados com adoçantes, os pesquisadores descobriram que certos tipos de bactérias estavam também se alimentando dessas substâncias e se reproduzindo absurdamente, mudando significativamente a composição da flora bacteriana na região. Esses novos seres unicelulares dominantes ajudavam o sistema digestório a quebrar mais alimentos energéticos a serem absorvidos, mandando muito mais glicose para o sangue. Outro efeito observado, é que essas mesmas bactérias também mudavam as instruções genéticas dos ratos, modificando, principalmente, suas funções hormonais, o que levava a um quadro de maior acúmulo de gordura e maior apetite. Quando antibióticos eram dados aos ratos mais obesos, matando grande parte da flora intestinal e levando ela a crescer de forma normal, os ratos logo voltavam ao peso ideal quando, também, a comida ficava livre de adoçantes.
Em outro estudo (1), envolvendo também ratos, os animais que eram, naturalmente, mais obesos, apresentavam uma população de Bacteroidetes 50% menor e 50% mais Firmicutes ( ambos são os nomes dados aos dois tipos de bactérias mais comuns que possuímos na flora intestinal, assim como os ratos) do que os roedores que eram mais magros. E isso não é uma coincidência, já que nos humanos obesos, o comportamento tende a ser parecido. Ou seja, a flora intestinal, sim, modifica nosso metabolismo e absorção de glicose. Em humanos, testes do tipo já foram feitos para observar possíveis mudanças na flora intestinal e na absorção de glicose. Resultados parecidos foram encontrados, mas não seguiram um comportamento tão regrado quanto aos ratos Porém, a mudança na composição bacteriana era inegável, especialmente quando o adoçante utilizado era o sacarina.
Os adoçantes são quase um medicamento, cujo uso deveria ser exclusivo dos diabéticos, pois estes não podem ingerir, em ocasião alguma, alimentos com açúcar. Para eles não faz muita diferença, considerando o consumo moderado e limitação na ingestão diária de calorias. Mas como o marketing de um produto livre de calorias similar à sacarose gera lucros estrondosos, as propagandas nunca tocarão no assunto. E o problema é que isto não ilegal porque, teoricamente, se você consumir apenas adoçantes sem nunca virar os olhos para alimentos feitos com açúcar comum e comer feito um leitão, você realmente estará fazendo bem à saúde e facilitará seu emagrecimento. Porém, quase ninguém faz isso.
ENTENDA MAIS SOBRE A FLORA BACTERIANA: http://www.saberatualizado.com.br/2015/07/a.html e http://www.saberatualizado.com.br/2015/07/cuide-bem-da-sua-flora-intestinal.html
ARTIGOS CIENTÍFICOS ( Referências)
Depois de ingerido, o corpo digere o adoçante e não consegue encontrar caloria nenhuma. Isso seria ótimo se nosso organismo soubesse que estamos em tempos modernos, sem necessidade de armazenar grandes quantidades de caloria para sobreviver em momentos de fome e frio. Porém, ainda somos, morfologicamente, quase os mesmos de 10 mil anos atrás, com instintos selvagem de adaptação. E o que isso tem a ver com o adoçante? Quando comemos algo, o organismo não aproveita todo o conteúdo energético que poderia ser gerado do alimento, mandando parte significativa para a excreção. Mas isso muda quando ele percebe que algo antes bastante energético ( nesse caso, o ´doce´) agora não fornece energia como antes. Nosso corpo então entra em estado de desespero e vai fazer de tudo para extrair o máximo de calorias de qualquer alimento açucarado que encontrar pela frente, pois, aparentemente, o modo de digestão não está mais funcionando. Ou seja, se você usa frequentemente adoçante, quando você come outras coisas com açúcar, seu corpo irá absorver muito mais calorias delas. Além disso, o organismo pode passar a ter mais fome, para induzir você a consumir mais calorias. Antes o ´doce´ fornecia bastante energia e agora o ´mesmo´ doce não fornece mais: é hora de se adaptar. Se você é daqueles que consome adoçantes para compensar a sobremesa mais tarde, te aconselho fortemente a parar com isso. E não só são as coisas adocicadas que sofrem um maior ataque digestivo. Tudo muito energético, como massas e gorduras, também começam a ser mais absorvidas pelo corpo, para compensar o suposto distúrbio calórico. Claro, todas essas afirmações ainda estão sob avaliações de estudos de longo prazo, e são contraditórios em algumas análises clínicas, mas muitas evidências apontam positivamente para essa hipótese.
Seu vício por adoçantes pode ser um tiro no pé |
E existe um outro agente que ajudaria a modificar os fluxos energéticos no seu corpo. Em ratos, alguns estudos* já mostraram que quando dois grupos desses roedores eram alimentados com o mesmo número de calorias diária, mas em vez de dar açúcar para ambos, um deles recebia adoçantes, este último grupo engordava muito mais do que o outro! Analisando o intestino dos ratos alimentados com adoçantes, os pesquisadores descobriram que certos tipos de bactérias estavam também se alimentando dessas substâncias e se reproduzindo absurdamente, mudando significativamente a composição da flora bacteriana na região. Esses novos seres unicelulares dominantes ajudavam o sistema digestório a quebrar mais alimentos energéticos a serem absorvidos, mandando muito mais glicose para o sangue. Outro efeito observado, é que essas mesmas bactérias também mudavam as instruções genéticas dos ratos, modificando, principalmente, suas funções hormonais, o que levava a um quadro de maior acúmulo de gordura e maior apetite. Quando antibióticos eram dados aos ratos mais obesos, matando grande parte da flora intestinal e levando ela a crescer de forma normal, os ratos logo voltavam ao peso ideal quando, também, a comida ficava livre de adoçantes.
Em outro estudo (1), envolvendo também ratos, os animais que eram, naturalmente, mais obesos, apresentavam uma população de Bacteroidetes 50% menor e 50% mais Firmicutes ( ambos são os nomes dados aos dois tipos de bactérias mais comuns que possuímos na flora intestinal, assim como os ratos) do que os roedores que eram mais magros. E isso não é uma coincidência, já que nos humanos obesos, o comportamento tende a ser parecido. Ou seja, a flora intestinal, sim, modifica nosso metabolismo e absorção de glicose. Em humanos, testes do tipo já foram feitos para observar possíveis mudanças na flora intestinal e na absorção de glicose. Resultados parecidos foram encontrados, mas não seguiram um comportamento tão regrado quanto aos ratos Porém, a mudança na composição bacteriana era inegável, especialmente quando o adoçante utilizado era o sacarina.
Não saia jogando adoçante em tudo o que ver e evite o excesso de alimentos que os contenha, do mesmo modo que deve ser feito com o açúcar comum e outros adoçantes calóricos |
Os adoçantes são quase um medicamento, cujo uso deveria ser exclusivo dos diabéticos, pois estes não podem ingerir, em ocasião alguma, alimentos com açúcar. Para eles não faz muita diferença, considerando o consumo moderado e limitação na ingestão diária de calorias. Mas como o marketing de um produto livre de calorias similar à sacarose gera lucros estrondosos, as propagandas nunca tocarão no assunto. E o problema é que isto não ilegal porque, teoricamente, se você consumir apenas adoçantes sem nunca virar os olhos para alimentos feitos com açúcar comum e comer feito um leitão, você realmente estará fazendo bem à saúde e facilitará seu emagrecimento. Porém, quase ninguém faz isso.
ENTENDA MAIS SOBRE A FLORA BACTERIANA: http://www.saberatualizado.com.br/2015/07/a.html e http://www.saberatualizado.com.br/2015/07/cuide-bem-da-sua-flora-intestinal.html
ARTIGOS CIENTÍFICOS ( Referências)
- 1Appetite January 1, 2012, Volume 60, Pages 203-207
- Behavioral Neuroscience 2008 Feb;122(1):161-73
- Yale Journal of Biology and Medicine 2010 June; 83(2): 101–108
- Obesity (Silver Spring, Md.) 2008;16:1894–1900
- Preventive Medicine 1986;15:195–202
- American Journal of Clinical Nutrition 1990;51:1100–1105
- Quarterly Journal of Experimental Psychology 2011 Jul;64(7):1430-41
- http://www.fasebj.org/cgi/content/meeting_abstract/27/1_MeetingAbstracts/224.7
- *http://www.scientificamerican.com/article/artificial-sweeteners-may-change-our-gut-bacteria-in-dangerous-ways/
- http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0026049513002813
- http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0195666312004138
- http://ajcn.nutrition.org/content/100/3/739.short
- http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0195666315300805
- http://link.springer.com/article/10.1007/s11894-014-0423-z
- http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1043276013000878
Biochem Biophys April 1962; 97(1): 181-184
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