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O consumo do chá Kombucha é seguro e benéfico?


- Atualizado no dia 15 de setembro de 2023 -

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          O chá Kombucha é uma bebida geralmente não-alcoólica se tornando cada vez mais popular devido às alegações de benefícios à saúde com o seu consumo, incluindo propriedades terapêuticas contra várias doenças. Mas quais as evidências científicas de suporte para essas alegações? Essa bebida é segura? Existe contraindicação?

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   KOMBUCHA

          O chá Kombucha é uma bebida fermentada tradicional originária do Oriente, com história traçada desde a Antiguidade, há cerca de 200 a.C., mas sendo incerto sua exata concepção. Algumas fontes apontam a origem do chá para o nordeste da China, e com a primeira valorização terapêutica da bebida para a Dinastia Tsin, na Manchúria, há cerca de 220 a.C. (Ref.2, 17). O nome 'Kombucha' (Chá de Kombu) tem origem no ano de 414 d.C., quando um médico chamado Kombu teria levado o chá ao Japão e o usado para curar os problemas digestivos do Imperador Inkyo (Ref.17). A bebida foi introduzida na Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial, e, na década de 1950, alcançou a França e o Norte da África, se tornando bastante popular entre os Franceses na época.

         A popularidade e interesse nessa bebida em todo o mundo têm crescido substancialmente nos últimos anos, especialmente no Ocidente, devido a um grande número de alegações associadas ao seu potencial terapêutico contra vários problemas de saúde, incluindo efeitos antimicrobianos, antioxidantes, anticancerígenos e antidiabéticos, redução de colesterol alto, tratamento de úlceras gástricas, melhora na imunidade, desintoxicação hepática, tratamento de acne e de insônia, promoção do crescimento capilar, e até mesmo cura do HIV. Em 2018, é estimado que o mercado global de Kombucha valia US$1,5 bilhão, e estimativas sugerem que cresça para ~US$5 bilhões até 2025 (Ref.27).

          A fermentação no chá Kombucha é realizada via atividade microbiana conjunta e simbiótica de fungos e bactérias. Essa fermentação - lática, acética e alcoólica - atua sobre um chá adocicado durante um período típico de 7-14 dias, gerando diversos ácidos orgânicos (maior parte acético, tartárico, málico, glucônico e glucurônico) pequenas quantidades de etanol, compostos fenólicos e dióxido de carbono. Essa fermentação visa açúcares de diferentes fontes e tradicionalmente chá (em especial feito a partir de folhas da espécie Camellia sinensis), mas também pode englobar outras matérias-primas que são normalmente vegetais (ex.: cereais ou folhas) ou produtos de animais (ex.: leite) e até mesmo cogumelos (!).

          Bactérias de Ácido Acético (BAA) - compreendendo espécies do gênero Gluconacetobacter, Lactobacillus, Komagataeibacter e, principalmente,  Acetobacter - e leveduras osmofílicas (espécies como Schizosaccharomyces pombe, Saccharomycodes ludwigii, Kloeckera apiculata, Saccharomyces cerevisiae, Zygosaccharomyces bailii, Torulaspora delbrueckiiBrettanomyces/Dekkera bruxellensis) são os microrganismos dominantes durante o processo de fermentação, com algumas cepas associadas às acetobactérias produzindo uma película polimérica celulósica (biofilme) - composta de monômeros beta-D-glicose ligados por ligações beta-1,4-glicosídicas -  que fica flutuando sobre a mistura líquida fermentada. A complexa microbiota do chá fica embebida no biofilme, e parte deste pode ser usada para iniciar a preparação de outro chá Kombucha.


          A preparação do chá Kombucha geralmente é iniciada com a dissolução de 50-100 gramas de sacarose (açúcar comum) por litro de água em ebulição. Subsequentemente, folhas de chá, soltas ou em saquinhos, são colocadas na água fervente por um curto período, após o qual são removidas. A mistura é, então, resfriada para 20°C e recebe uma quantidade de SCOBY para a fermentação. A mistura é mantida em um frasco tampado com um pano, permitindo a liberação segura de dióxido de carbono produzido na fermentação e também impedindo a contaminação, por exemplo, por moscas. O conteúdo final de etanol (álcool comum) geralmente não ultrapassa 0-1% do volume total.



          Não necessariamente associados à fermentação, existem diversos outros nutrientes (minerais, vitaminas, etc.) e metabólitos na bebida. Entre esses compostos, os polifenóis - oriundos da erva de feitura do chá e particularmente flavonoides - podem também estar ligados aos efeitos benéficos alegadamente conferidos pelo consumo regular dessa bebida. É válido destacar que alguns tipos de polifenóis - especialmente os mais complexos - podem ser degradados pelo ambiente ácido e ação da microbiota no Kombucha, mas talvez sendo essa perda compensada pela formação de outros polifenóis derivados e compostos fenólicos com propriedades antioxidantes. Kombucha feito de chá verde ou vermelho é sugerido de trazer maior potencial de benefícios à saúde nesse sentido (Ref.14).

          No geral, a composição do chá Kombucha engloba vários ácidos orgânicos (como resultado da atividade microbiana, ex.: ácidos lático, glucônico, glucurônico, málico, malônico, tartárico, acético, lático, succínico e oxálico), carboidratos (incluindo uma pequena quantidade de sacarose não-hidrolisada, mas principalmente glicose e frutose), proteínas, etanol, polifenóis (que dependerão da matéria-prima fermentada), vitaminas  (B1, B6, B12, C), minerais (Cu, Fe, Mn, Ni, Zn), ânions (F- , Cl- , Br- , I- , NO3- , HPO42-, SO42-) e compostos bioativos específicos como o ácido D-sacárico-1,4-lactona (DSL). O DSL e o ácido ácido glucurônico  possuem comprovada propriedade hepatoprotetora contra vários agentes tóxicos e carcinogênicos. O ácido acético é o principal ácido da bebida (Ref.26).

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(!) Existem análogos de Kombucha preparados com a fermentação [via SCOBY] de outros produtos naturais, como infusões de ervas, café, folhas de carvalho, eucalipto, folhas de louro, sucos de frutas, leite e derivados de soja. Nesse sentido, a composição química e bioquímica da bebida final pode variar significativamente dependendo do substrato [fonte de carbono e nitrogênio] utilizado para a fermentação.
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   CHÁ TERAPÊUTICO?

          Apesar de muitos defensores e produtores do chá Kombucha alegarem que essa bebida ajuda a prevenir e tratar sérias condições de saúde, de hipertensão a cânceres, não existem evidências científicas suficientes e menos ainda conclusivas de que exista qualquer tipo de propriedades terapêuticas nesse chá, embora seja uma bebida potencialmente saudável e nutritiva.

          Evidências limitadas sugerem que esse chá pode oferecer benefícios similares aos suplementos probióticos, incluindo melhora do sistema imune e prevenção a constipações. Entre os metabólitos inerentes à bebida, o principal associado a efeitos terapêuticos é o ácido glucurônico. Até o momento, no entanto, estudos clínicos focando no papel dessa bebida na saúde humana são muito limitados e escassos, sendo impossível extrair qualquer conclusão. A maior parte dos estudos investigando as atividades biológicas do Kombucha têm sido feita apenas in vitro e a grande maioria preocupando-se somente com a análise qualitativa da microbiota e do ambiente químico associados à bebida.

  • (1) É válido lembrar que o suposto papel benéfico dos probiótico de alimentos fermentados e suplementos é atualmente bastante controverso. Para entender o assunto, acesse o artigo: Os probióticos funcionam?

          Nesse caminho, apesar de várias análises in vitro terem sido descritas em relação à bioatividade da Kombucha e dos seus ingredientes isolados (demonstrando potenciais atividades antioxidantes, imunomodulatórias, antiproliferativas, hipocolesterolêmicas, antihipertensivas, hipoglicêmicas, antimicrobianas, entre outras), poucos testes têm sido conduzidos in vivo, e, mais importante, testes clínicos em humanos quase inexistem, incluindo avaliações de biodisponibilidade e de bioacessibilidade. Mesmo muitas pessoas consumindo essa bebida achando que essa representa um comprovado 'alimento funcional ou terapêutico', não existe ainda evidência científica suficiente de suporte, apenas sugestiva. No caso da ação probiótica, existe apenas evidência preliminar em experimentos com ratos de que o Kombucha pode alterar positivamente a microbiota intestinal, mas as implicações disso para a saúde humana são incertas (Ref.19).

          Aliás, um estudo clínico randomizado e duplo cego publicado em 2018 (Ref.20), avaliando os efeitos da Kombucha na microbiota humana, não encontrou significativa alteração microbiótica com o consumo desse chá. Foram englobados 42 participantes que foram divididos em três grupos: um consumindo Kombucha, um consumindo o chá esterilizado e um consumindo água. Após três semanas de intervenção, não foram observadas diferenças significativas entre os grupos. Além disso, os pesquisadores encontraram baixo conteúdo microbiano no chá, dominado por fungos e abaixo do recomendando para uma dose probiótica.

          Outro ponto importante é que a composição do Kombucha pode variar significativamente dependendo dos ingredientes usados para a fermentação, características do SCOBY utilizado, pH da mistura, tempo de fermentação e de outros parâmetros físico-químicos definidos para o processo de fabricação. Potenciais benefícios de um tipo de Kombucha podem não refletir benefícios em outros tipos.

          Benefícios menos específicos que o chá Kombucha pode oferecer e que possuem um maior suporte científico estão associados aos polifenóis (ex.: flavonoides) e antioxidantes nele presentes, derivados da planta na qual a bebida é baseada. Porém, praticamente qualquer outro chá não-fermentado também apresenta esses compostos, não sendo necessário a fermentação extra de bactérias e fungos. E, nesse ponto, um problema se torna realçado.

          Existem reportes na literatura médica de vários efeitos adversos resultantes do consumo do chá Kombucha, como irritações estomacais, tontura, náusea, dores de cabeça, hipertermia, disfunções hepáticas, acidose lática, intoxicações, infecções e reações alérgicas (Ref.7-9, 16). Como essa bebida é geralmente preparada de forma caseira e frequentemente sob condições não ideais de higienização, os riscos de contaminação e de toxicidade podem ser significativos. Mesmo a simbiose dos fungos e bactérias característicos dessa bebida agindo fortemente para repelir microrganismos invasores, contaminações com patógenos mais persistentes pode ocorrer, como a espécie Bacillus anthracis. Além disso, quando vasilhas de cerâmica não apropriadas são usadas para a fermentação, é possível intoxicação com chumbo - os vários ácidos orgânicos produzidos no chá podem atuar liberando chumbo e outros metais ou substâncias do material de revestimento desses recipientes. Nesse sentido, é preciso tomar muito cuidado na hora da preparação dessa bebida. E alguns relatos de caso notáveis na literatura médica podem ser citados:

- Em 2009 foi reportado no periódico Journal of Intensive Care Medicine (Ref.23) que um jovem de 22 anos do sexo masculino e recém diagnosticado com HIV desenvolveu falha renal aguda com acidose lática e hipertermia após 15 horas de ingestão do chá Kombucha. Na noite anterior à admissão, o paciente havia consumido 1 litro de chá Kombucha enquanto estudava para uma prova na universidade, desenvolvendo 4 horas depois uma leve febre. Após 12 horas de ingestão, ele começou a sentir falta de ar e desenvolveu febre de 39,4°C acompanhada de incontrolável tremedeira. No departamento de emergência, o paciente negou consumir bebidas alcoólicas, tabaco ou drogas ilícitas. Eventualmente, o quadro clínico piorou, e o paciente se tornou combativo e confuso, requerendo sedação e intubação. O pH do sangue arterial estava em 7,32 (mais ácido do que a faixa normal), devido a uma acidose lática. Seguindo 36 horas do consumo do chá, e com o suporte hospitalar, o paciente mostrou dramática melhora, sendo liberado do hospital após observação.

- Em 2017 foi reportado no BMJ Case Reports (Ref.11) o caso de uma mulher no Reino Unido que desenvolveu um quadro respiratório associado com uma severa acidose lática metabólica. A paciente disse que estava consumindo chá Kombucha, este o qual está ligado a quadros de acidose lática, apesar da causa específica não ser ainda bem esclarecida. Nenhuma outra causa da acidose foi encontrada, exceto o chá. Após tratamento e interrupção do consumo do chá, a paciente teve uma completa recuperação.

- Em 2022, no periódico The Anatolian Journal of Cardiology (Ref.31), um evento de cardiotoxicidade associado ao consumo de Kombucha acabou culminando na morte de uma mulher de 35 anos. A paciente não possuía histórico médico de doenças crônicas e foi encaminhada para o departamento de emergência de um hospital após reclamar de náusea e vômito seguindo o consumo de um chá caseiro de Kombucha. Inicialmente a paciente desenvolveu taquiarritmia ventricular sustentada (e taxa de 127 batidas por minuto) que evoluiu para uma parada cardíaca. Apesar de várias tentativas de ressuscitação e outras intervenções médicas, a paciente acabou indo a óbito. Acidose sanguínea pode ter potencialmente engatilhado o quadro de taquiarritmia - mas efeitos cardiotóxicos diretos de outros componentes da bebida podem ser uma explicação alternativa. Exames clínicos também apontaram danos hepáticos.

- Mais recentemente, no periódico Gastro Hep Advances (Ref.32), foi reportado o caso de uma mulher Vietnamita de 42 anos de idade previamente saudável e sem significativo histórico médico que se apresentou no hospital com severa lesão aguda no fígado associada à ingestão de Kombucha. Sintomas aparentes incluíam progressiva fatiga iniciada algumas semanas antes da apresentação. Ela havia ficado em casa por 3 meses devido à pandemia da COVID-19 e durante esse período estava bebendo diariamente 300-450 ml de vinho e próximo de 1 litro de Kombucha. Biópsia do fígado revelou uma massiva necrose hepática, colapso e hemorragia. Enquanto o consumo alcoólico pode ter contribuído para a lesão hepática, o padrão dessa última apontou que o consumo de Kombucha foi a causa principal - especialmente considerando que a paciente não possuía outros fatores de risco para a massiva necrose hepática observada. Ácido úsnico, um componente desse chá, têm sido reportado de causar necrose hepática em humanos e roedores.

          É justo também realçar que os casos de sérios efeitos adversos reportados na literatura médica são isolados e geralmente associados com um consumo exagerado do chá, notável baixa higiene na preparação da bebida, vulnerabilidade imune e fisiológica do indivíduo (ex.: infecção por HIV e falha renal aguda), e consumo de Kombucha muito ácido resultante de um longo ou pouco controlado processo de fermentação. Por outro lado, é incerto se casos podem estar sendo sub-reportados. Em relativo excesso (> 120 ml/dia), o consumo do chá pode induzir hepatotoxicidade (Ref.21). 

          No geral, o FDA (Agência de Drogas e Alimentos dos EUA) considera o chá Kombucha seguro para o consumo humano, desde que preparado de forma adequada e cuidadosa. Porém, especialistas contraindicam seu consumo para grávidas, mulheres lactantes, indivíduos com o sistema imune comprometido, pacientes com falha renal, pacientes com HIV e para crianças muito novas (<4 anos de idade), devido ao risco de intoxicações que não deve ser ignorado e às atividades biológicas diversas ainda não muito bem esclarecidas associadas ao chá (Ref.12, 25).

          Além de usar utensílios sanitizados para a preparação do chá, e certificar-se que a cultura microbiana inicial seja segura, é importante conservar o chá preparado em um ambiente de refrigeração, para dificultar o crescimento de patógenos indesejados no filtrado final. Outra importante medida é impedir a superprodução de ácidos durante a fermentação, parando o processo quando o pH atingir valor em torno de 4,2 (!). O consumo de ácidos orgânicos em excesso, como o acético e o lático, estão ligados com os casos de intoxicações e acidoses que podem ocorrer com o consumo desse chá. Nesse sentido, a aquisição comercial desse chá via produtores certificados e confiáveis talvez valha mais a pena do que a produção caseira.

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(!)  Existe também o risco da fermentação continuar durante o armazenamento e transporte do Kombucha, com subsequente aumento nos níveis de ácidos orgânicos e etanol, caso não exista refrigeração adequada. Isso é uma preocupação relevante, já que os produtores geralmente não aplicam um processo de pasteurização no produto final no intuito de manter o status de produto 'natural' e 'não processado'.
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   LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

          Segundo orientações legais do Departamento de Agricultura da Pennsylvania, EUA, durante o processo de fermentação, o pH precisa ser continuamente monitorado, o qual não deve ser maior do que 4,2 e menor do que 2,5, para evitar contaminação microbiológica e acidose, respectivamente (Ref.17). Além disso, proíbem alegações de benefícios à saúde nos produtos associados, estes os quais precisam também trazer importantes alertas ao consumidor: contraindicação para indivíduos imunocomprometidos, consumo não deve exceder 120 mL/dia e possível presença de etanol, mesmo que em baixas concentrações. Alguns chás Kombucha podem alcançar teores alcoólicos de 1,12-2% por volume, e, durante armazenamento prolongado e contínua fermentação, esse teor pode alcançar 3% dependendo o recipiente de armazenamento e outras condições ambientes.

          Aliás, nesse ponto, o Brasil é o único país no mundo com legislação específica para o Kombucha, com a bebida sendo regulada pela Instrução Normativa No.41, de 17 de setembro de 2019, estabelecida pelo Ministério da Agricultura (Ref.17). Segundo a legislação Brasileira, o Kombucha é uma bebida fermentada obtida através da fermentação aeróbica de um substrato orgânico (feito a partir da infusão ou extrato de folhas da C. sinesis, e de açúcares) por uma cultura simbiótica de bactérias e fungos microbiologicamente ativos. Para chás com teor alcoólico acima de 0,6% por volume, a bebida é considerada alcoólica, mas todo teor alcoólico acima de 0,05% precisa ser indicado na embalagem do produto.

          A legislação Brasileira também estabelece que o pH do processo de produção do Kombucha fique entre 2,5 e 4,2, e que o conteúdo mínimo permitido de ácido volátil é 30 mEq/L e o máximo 130 mEq/L, o qual pode ser adicionado de sucos, polpa de fruta, extratos vegetais, especiarias, mel e outros aditivos permitidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

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   CONCLUSÃO

          Até o momento, não existe suficiente evidência científica para a recomendação do chá Kombucha para o tratamento ou prevenção de doenças e para a promoção de benefícios à saúde. Investigações clínicas e mais avaliações in vivo são necessárias para melhor esclarecer essa questão. Substancial suporte científico existe em limitada extensão para possíveis benefícios associados aos polifenóis, porém esses compostos estão presentes em qualquer outro chá não-fermentado. Em outras palavras, visto que existe um maior risco de reações adversas com o consumo do chá Kombucha, o mais prudente seria dar uma maior preferência ao consumo de chás não-fermentados - idealmente sem adição de açúcar - e de outros alimentos de origem vegetal, pelo menos até se conhecer melhor os efeitos do Kombucha no organismo humano. De qualquer forma, um consumo diário por pessoas saudáveis que não ultrapasse 120 mL é considerado seguro pelas agências e especialistas de saúde. Grávidas e pacientes com problemas hepáticos, renais e/ou imunocomprometidos devem evitar o consumo do Kombucha. 



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