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O óleo de canola é prejudicial?

- Atualizado no dia 27 de março de 2022 -

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          Nos últimos anos, diversas fontes suspeitas começaram a reportar que o óleo de canola traz sérios prejuízos à saúde, os quais seriam causados, principalmente, pelo ácido láurico. Outro alegado vilão seriam os glicosinatos presentes nesse óleo. Por fim, existe a acusação de que esse óleo é usado como "pesticida", sugerindo grande toxicidade associada. Daí, associações do alimento com gás mostarda, Doença da Vaca Louca e degeneração lipídica em órgãos - gerando danos nos tecidos cardíaco e renal - passaram a ser comuns. Manchetes como 'O óleo de canola mata' ou 'A farsa do óleo de canola', com isso, começaram a explodir pelas redes, deixando muitos com o pé atrás na hora de comprar esse óleo vegetal. Mas existe real motivo para preocupação?

EXEMPLO DE ALERTA CONTRA O ÓLEO DE CANOLA VIRALIZADO NA INTERNET


          O óleo de canola é um óleo vegetal refinado e comestível obtido das sementes da variação (cruzamentos) de quatro possíveis espécies: Brassica napus, Brassica juncea, Brassica rapa e B. campestris da família Cruciferae (mesma família da mustarda). A planta derivada, genericamente, é chamada de 'canola' (antes um nome comercial), apresenta flores amarelas bem vistosas. Além da alimentação, o óleo extraído da semente dessa planta pode ser usada para a produção de biodiesel e como auxiliar no combate natural de pestes na agricultura.

Planta da Canola
   
           Bem, o que podemos dizer sobre as acusações contra o óleo de canola é que elas são, simplesmente, falsas. Vamos, então, esclarecer cada uma das alegações, as quais são baseadas em distorções e desinformações.

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     ÁCIDO ERÚCICO

           O ácido erúcico é um ácido graxo monoinsaturado do grupo omega-9 presente em grandes quantidades no óleo de sementes das plantas do gênero Brassica, como a Brassica napus e a colza (Brassica napa). Nesses óleos, a quantidade de ácido erúcico pode alcançar os 60%.

Estrutura molecular do ácido erúcico

          Estudos em animais feitos na década de 1970 apontaram que grandes quantidades desse ácido graxo no consumo alimentar causavam danos cardíacos e, apesar de possíveis danos em humanos terem ficado inconclusivos, agências de saúde determinaram que a quantidade dessa substância no conteúdo lipídico dos alimentos não poderia ultrapassar os 2% (EUA) ou 5% (UE). Nesse mesmo caminho, o FDA (Agência Norte-Americana de Drogas e Alimentos) baniu o óleo de mostarda para o uso do preparo de alimentos. Evidência limitada sugere que o alto conteúdo de ácido erúcico no óleo da mostarda causa lipidose cardíaca em ratos. Por outro lado, existe evidência ainda limitada que o óleo de mostarda pode reduzir o risco de dislipidemia e doenças cardiovasculares em humanos (Ref.18).

          De qualquer forma, não existe nenhuma razão para temer o ácido erúcico no óleo de canola, porque este possui menos do que 2% desse composto na sua composição. Muitas pessoas erroneamente acreditam que esse óleo é extraído diretamente das plantas do gênero Brassica, e isso gerou grande parte das preocupações infundadas. A canola é uma variação das plantas desse gênero, produzida justamente para render baixíssimas quantidades de ácido erúcico. Em quantidades muito baixas, não existe risco algum para a saúde humana. Na verdade, como já mencionado, até para quantidades maiores possíveis prejuízos à saúde humana são inconclusivos.

Para exemplificar, o óleo de canola é muito diferente do óleo da colza (foto)

              Os óleos com alta quantidade de ácido úrico não são usados na alimentação humana (são proibidos para esse fim por agências reguladoras), apenas no setor industrial e para a produção de biodiesel.

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      GLUCOSINOLATOS

            Presentes em plantas do gênero Brassica, como a couve, brócolis, couve-flor e as outras citadas anteriormente, os glucosinolatos são um grupo de substâncias sulfonadas responsáveis pelo forte aroma e sabor amargo desses vegetais.

         Além desses compostos não causarem mal à saúde quando não consumidos em excesso, o óleo de canola possui baixas concentrações de glucosinolatos. Aliás, existem vários estudos investigando os efeitos potencialmente benéficos dessas substâncias (Ref.3)!

          Durante a preparação dos alimentos, mastigação e digestão, os glucosinolatos presentes nos vegetais são quebrados em compostos biológicos ativos como indoles, nitrilas, tiocianatos e isotiacianatos. O indole ´Indole-3-carbinol´ e o isotiocianato sulforafano são candidatos promissores para possíveis efeitos terapêuticos anticâncer! 

          Portanto, não existe motivo algum para se preocupar com os glicosinolatos.

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    "PESTICIDA?"

           Não, o óleo de canola não é um inseticida como alguns alegam. A distorção é derivada do fato de que esse óleo é usado como uma espécie de biopesticida que parece repelir insetos através da alteração da camada externa da superfície das plantas ou agindo como um irritante para esses animais. Mas nenhum efeito tóxico desse óleo é válido para  humanos e o seu perfil toxicológico é similar a outros óleos vegetais usados na alimentação.

            Diversos alimentos perfeitamente saudáveis ou seguros para nós faz bastante mal para outros animais. Os cães e gatos, por exemplo, possuem uma lista enorme nesse sentido, incluindo o chocolate (Alimentos ruins pra cachorro!).

            A estrutura biológica dos insetos é, em vários aspectos, muito diferente da nossa, e fatores causais de irritação para esses animais não devem ser necessariamente extrapolados para humanos.

   
    GORDURAS TRANS

             Como todos sabem, ou deveriam saber, a gordura trans é bastante prejudicial à saúde. Industrialmente, ela é formada em grandes quantidades a partir da hidrogenação parcial de óleos vegetais diversos para oferecer um óleo mais durável e fácil de ser trabalhado na indústria alimentícia. Antigamente, ela era muito comum em diversos produtos e como componente essencial de óleos de frituras (lanchonetes, restaurantes, etc.). Porém, a descoberta de que a mesma causava danos cardíacos significativos ao corpo, até em pequenas quantidades, levou a uma luta contra a trans pelas agências de saúde. O FDA já busca acabar com ela a partir de 2018, esta a qual já possui diversas restrições em solo norte-americano.

            Bem, aqui entra outra acusação contra o óleo de canola: de que ele seria o único óleo vegetal onde a gordura trans estaria presente em grandes quantidades por causa do seu processo diferenciado de tratamento industrial. Não, assim, como qualquer outro óleo vegetal refinado, não existe grandes quantidades de trans nos mesmos. Porém, PRATICAMENTE TODOS os óleos vegetais refinados (seja de girassol, soja, canola, etc.) possuem pequenas quantidades de gorduras trans devido ao processo de deodorização ao qual são submetidos durante o refino industrial. A desodorização é o tratamento final de destilação feito à alta temperatura e alto vácuo para remover compostos voláteis e odoríferos presentes em óleos e gorduras comestíveis. Durante a exposição à altas temperaturas, uma pequena quantidade de ácidos graxos insaturados - especialmente os essenciais ômega-6-linoléico e ômega-3-linoléico - são transformados nos isômeros trans. Hoje, os processos de deodorização foram modificados para produzirem as menores quantidades possíveis de trans nos óleos vegetais, sendo que o máximo encontrado na canola, por exemplo, é de algo próximo de 4% do conteúdo total de lipídios, mas geralmente ficando em quantidades bem menores. Na tabela abaixo, podemos ter uma ideia dessas quantidades:



          Como a trans está presente em quantidades muito pequenas nos óleos vegetais refinados, não é preciso se preocupar muito. Mas, é preciso consumir com bastante moderação esses óleos, já que a ingestão de trans, de acordo com as agências de saúde, deve-se limitar a menos de 1% do total de calorias da sua dieta (ex.: se você está consumindo 2000 Kcal, seu consumo de trans precisa ser menor do que 2,2 gramas). Ou seja, sempre a menor quantidade possível, e, idealmente, não passando muito de 1,2 gramas diárias. Uma colher de sopa de um óleo vegetal (13 ml) geralmente contém em torno de 12 gramas de massa, e se ele possui 2% de trans, significa que essa porção terá 0,24 gramas desse tipo de lipídio. Cinco colheres, portanto, já alcançariam o limite máximo de trans no dia. Mesmo que dificilmente alguém consumiria mais do que 65 ml de óleo vegetal por dia, é preciso lembrar que podem existir outras fontes de trans no seu cotidiano que podem se somar ao consumo habitual desse tipo de óleo. A gordura de alimentos derivados de ruminantes (como as vacas) - leite, carnes, etc. - também possui pequenas quantidades naturais de trans, por exemplo (Gordura trans nos ruminantes?), além de diversos produtos industrializados no Brasil conterem grandes quantidades desse lipídio e serem consumidos de forma irresponsável pela população.

          Quase sempre, as informações nutricionais dos óleos vegetais refinados trazem "0g" de gordura trans discriminado por porção. Mas isso não significa que não existe trans em seu conteúdo. A legislação brasileira permite que os produtores coloquem '0g' caso a quantidade por porção de trans seja inferior a 0,2 g (gramas). É até um alerta para o consumidor: veja sempre os ingredientes. Se for um óleo vegetal, quase sempre existirá uma quantidade bem pequena de trans, e se contiver gordura hidrogenada ou parcialmente hidrogenada, existirá também trans no produto geralmente em quantidades preocupantes. Às vezes um produto alimentício (salgadinhos, por exemplo) possui grandes quantidades de trans no seu conteúdo total, mas por causa da porção considerada ser muito pequena (ex.: 200 gramas totais e porção de 10 gramas), acaba tendo discriminado '0g' ou uma quantidade muito pequena da mesma.

           Em geral, exceções que existem quanto à presença de trans são os óleos de oliva virgem e os extra virgens, já que estes não passam pelo processo de deodorização. Mas, atenção: os óleos vegetais, ao natural, não possuem gordura trans alguma, apenas quando passam pelo refino industrial. Se você consumir o óleo da canola, por exemplo, direto da planta, ela não terá gordura trans em nenhuma quantidade. Aliás, muitos óleos refinados, incluindo o de canola, já vem com opções isentas de trans, bastando conferir na tabela nutricional dos mesmos se na especificação dessa gordura aparece um "Não contém" na frente.

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  BENEFÍCIOS DO ÓLEO DE CANOLA

           Pelo contrário do que é afirmado pelas lendas urbanas, o óleo de canola é muito saudável para a saúde, podendo trazer até excelentes benefícios cardíacos quando substitui outras fontes lipídicas, especialmente as ricas em gorduras saturadas.

            O óleo de canola possui baixas concentrações em gorduras saturadas - como quase todos os óleos vegetais - e possui altas concentrações de gorduras poli-insaturadas - conhecidas por melhorar a saúde cardíaca, de acordo com o consenso das evidências científicas até o momento. Além disso, é uma boa fonte de dois ácidos graxos essenciais, o linoleico (18:2 n-6) e α-linolênico (18:3 n-3) - ALA. Nutrientes essenciais não podem ser produzidos no corpo mas são muito importantes para a nossa saúde. Os ácidos graxos essenciais, em específico, são decisivos no bom crescimento e desenvolvimento das crianças. E o ALA pode ser convertido no ácido eicosapentaenóico (EPA) e no ácido docosahexaenóico (DHA) no corpo, após consumido, ambos os quais estão associados a um menor risco de doenças cardíacas nas pessoas.

           Aliás, o FDA, em 2006, declarou (Ref.4 e 3):

          "Limitadas e não conclusivas evidências científicas sugerem que comer cerca de 1 colher e meia de óleo de canola (cerca de 19 gramas) diariamente pode reduzir o risco de desenvolvimento de doenças cardíacas devido ao conteúdo de gorduras insaturadas presentes nesse alimento. Para ativar esse possível benefício, é necessário substituir uma mesma quantidade de gordura saturada pelo óleo de canola, ou seja, não aumentando o consumo calórico diário."

          Em uma revisão sistemática e meta-análise publicada em 2018 no periódico Journal of the American College of Nutrition (Ref.19), pesquisadores encontraram evidência sugestiva de que o consumo de óleo de canola melhora o perfil lipídico de indivíduos com mais de 50 anos de idade, além de reduzir o colesterol total e o colesterol LDL no sangue em comparação com o consumo de óleo de girassol e de gorduras saturadas; esses efeitos podem ajudar a prevenir doenças cardíacas.

          Uma revisão sistemática e meta-análise de estudos clínicos controlados, publicada em 2020 no periódico Nutrition, Metabolism and Cardiovascular Diseases (Ref.20), encontrou que o consumo de óleo de canola melhora vários marcadores cardiometabólicos quando comparado com o consumo de gorduras saturadas, óleo de girassol e óleo de oliva. Os maiores benefícios foram observados quando ~15% da energia total (dieta dos participantes) era consumida como óleo de canola.

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> Hoje existem dois tipos de óleo de canola no mercado: clássico, o qual é o geralmente vendido nos supermercados (consumidor comum) e a versão com alto conteúdo de ácido oleico, o qual é mais novo e vendido quase exclusivamente para a indústria alimentária e para redes de lanchonetes, restaurantes, etc (Ref.21). O óleo com alto conteúdo de ácido oleico é mais estável e usado para frituras, mas também possui um perfil lipídico saudável (Ref.22). No óleo clássico, temos um nível muito baixo de ácidos graxos saturados (~7%) e um alto nível de ácidos de ácidos graxos monoinsaturados (60%), moderado nível do ômega-6 ácido linoleico (20%) e um algo nível do ômega-3 ácido linolênico (10%). No óleo rico em ácido oleico, a concentração de ácido graxo oleico - um ômega-9 monoinsaturado - é aumentada para 75-85%, e ácidos linoleico e linolênico são reduzidos para 8,8-11% e 2,2-3,0%, respectivamente.
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    CONCLUSÃO

          Mais uma vez, o conhecimento do público é prejudicado pelas Fake News. O óleo de canola é saudável e não sugere prejuízo à saúde relativo ao consumo humano, sendo inclusive uma fonte de possíveis benefícios para a saúde cardíaca, assim como diversos outros óleos vegetais. Porém, sempre consuma qualquer óleo vegetal com moderação, já que são muito calóricos e possuem pequenas quantidades de trans no caso daqueles refinados industrialmente pelo método tradicional. Em relação à presença das trans, prefira os óleos vegetais refinados com a menor quantidade possível desse tipo de gordura.

           Sempre que você se deparar com fatos suspeitos viralizando na internet, tente buscar por fontes oficiais e seguras de informação. Caso for algo relacionado à saúde, procure esclarecer suas dúvidas ou com um profissional de saúde ou com agências/órgãos de saúde. Nunca se deixe levar por ou fomentar qualquer informação antes de uma boa pesquisa.


OBS.: Como mencionado na declaração do FDA, para se obter possíveis benefícios de qualquer óleo vegetal relativos à saúde cardíaca, você deve SUBSTITUIR um óleo de baixo ou prejudicial valor nutricional - como as gorduras saturadas, parcialmente hidrogenadas e trans - por esses óleos. Se você continuar comendo muita gordura potencialmente prejudicial e acrescentar ainda mais gordura (mais calorias), independente de qual tipo, você pode acabar só aumentando os danos.


IMPORTANTE: Para obter benefícios à saúde a partir de qualquer óleo vegetal, evite usá-los em frituras, especialmente em temperaturas muito altas. As frituras habituais de óleos vegetais podem também produzir quantidades diminutas de gordura trans no processo, mas que não chegam a modificar significativamente o conteúdo total ali presente. Porém, é preciso lembrar que submeter os óleos vegetais às altas temperaturas e em presença de oxigênio gasoso (ao ar livre - casa, restaurantes, etc.), aumenta bastante os processos de oxidação nesses lipídios o que, além de diminuir a quantidade de nutrientes e ácidos graxos benéficos para a saúde, pode produzir subprodutos prejudiciais para o nosso organismo. Portanto, sempre que puder, evite frituras com esses óleos, preferindo consumi-los crus ou em cozidos.

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MAL DE ALZHEIMER: Um estudo publicado em 2017 na Scientific Reports (Ref.17), analisando o consumo de óleo de canola em ratos de modelo para a doença de Alzheimer, encontrou que a ingestão crônica desse óleo durante 6 meses gerou  efeitos negativos na memória de trabalho junto com o aumento dos níveis de proteínas-95 de densidade pós-sinápticas (um marcador de integridade sináptica) e um aumento/desbalanço na razão de AlfaBeta 42/40 insolúveis. Segundo os autores do estudo, os achados não suportam efeitos benéficos do consumo crônico diário de óleo de canola em dois importantes aspectos do Mal de Alzheimer, os quais incluem falhas na memória e prejuízos na integridade sináptica. Mas é importante destacar que esses prejuízos observados foram reportados por um único estudo isolado, o qual foi feito em ratos geneticamente modificados e com o Alzheimer sendo pré-condição. Não é possível ainda extrapolar isso para humanos ou mesmo saber se os mesmos efeitos seriam observados em ratos normais/saudáveis. 

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REFERÊNCIAS CIENTÍFICAS
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  21. https://journals.co.za/doi/abs/10.10520/ejc-vp_oilseeds_v7_n2_a17
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