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Gorila Harambe: uma tragédia que não pode se repetir!



       Uma grande polêmica e raiva surgiu depois que funcionários do zoológico Cincinnati, nos EUA, terem atirado no gorila Harambe após um garoto ter caído dentro da sua jaula. Durante dez minutos, Harambe ficou segurando o menino, arrastando para um lado e do outro. Apesar de não parecer que ele queria ferir o garoto, alternativas para tirar este em segurança foram reduzidas em matar o gorila para algo mais grave não ocorrer. Tranquilizantes agiriam lentamente e poderiam irritar o primata, colocando o menino em perigo, e a aproximação de um tratador poderia também deixá-lo raivoso. Especialistas ao redor do mundo concordaram com a ação do zoológico, ainda mais devido ao fato de que se o gorila tivesse matado o menino, isso traria uma imagem extremamente negativa tanto para o zoológico quanto para os já ameaçados gorilas em meio selvagem.

Foto tirada no momento em que Harambe estava em ´posse´ da criança

        Nessa situação, não podemos condenar o zoológico pelo ato, mas culpar ele e os pais da criança pelo descuido na segurança, ao deixar um menino entrar na jaula ( algo que está sendo investigado pela polícia neste momento). E, claro, isso não significa que os pais são irresponsáveis devido a esse único incidente, porque todo pai sabe o quão difícil é ficar de olho nas crianças a todo instante. Mas atos, mesmo não intencionais, devem ser assumidos, ou os ´acidentes´ passam a virar rotina.  E o pior é que Harambe era um gorila de 7 anos, macho, de uma subespécie extremamente em risco de extinção ( Gorilla gorilla gorilla). Isso só inflamou a inconformação de ambientalistas e das pessoas nas redes sociais. Bem, o que ocorreu, ocorreu. Agora é hora de tomarmos medidas para que essa trágica infelicidade não volte a ocorrer. Aliás, eu acho muito errado a exibição desses animais em zoológicos comuns, onde existe amplo acesso ao público. Espécies ameaçadas de extinção deveriam estar em reservas ou centros de especiais de acondicionamento. Eu sei que é importante o público tomar conhecimento e afeição das espécies ameaçadas, mas cercá-las de uma multidão de pessoas nunca é uma boa escolha, especialmente quando consideramos o nível de estresse desses animais em cativeiro.

Harambe era um dos poucos representantes que sobraram da sua subespécie ( Foto: National Geographic)

        Essa situação também vale de exemplo para outras situações de encontro com animais selvagens fora dos zoológicos. É preciso evitar ficar entrando em território selvagem sem motivo. Aí, em um passeio de ´aventuras´, animais acabam sendo mortos como medida de proteção preventiva. Isso aumenta os riscos de mortes dos humanos envolvidos também, algo que traz mais má fama para vários animais. Se uma área diz ´Cuidado: Tubarões´, ou ´Cuidado: Ursos´, ou ´Cuidado: Tigres´, não entrem no lugar, ora! Isso me deixa extremamente nervoso. Invadimos o território selvagem, somos atacados e o culpado é o animal, como se ele estivesse agindo por maldade. Aí, lobos, tubarões, ursos, entre diversos outros, são mortos à primeira vista por supostamente saírem por aí caçando humanos.

         Aliás, os gorilas são tratados da mesma forma, como monstros violentos, mesmo eles não sendo animais agressivos por natureza, apenas em determinadas circunstâncias, como em disputas entre machos por questões territoriais ou fêmeas protegendo seus filhotes. A maior parte dos ataques de animais desferidos em humanos acabam sendo porque eles estão querendo se proteger de um estranho ser no seu habitat ou porque esse estranho ser chamado ´caçador´ está tentando matá-los. E independentemente se o animal é agressivo a todo momento, como os hipopótamos, não é da nossa conta estar em seu território. Quem vai para o meio de um rio, no meio da África, abarrotado de hipopótamos, é porque queria estar lá e quase nunca com boas intenções ( caça pelo marfim nas presas dos hipopótamos).

       Tentem evitar ficar se aventurando em territórios selvagens e evitem matar um animal, por mais perigoso que ele seja, se o ato puder se evitado. Em caso de avistarem um animal desses pelas redondezas, chamem as autoridades competentes, como os bombeiros. E quando estiverem em uma reserva ou zoológico, tenham a atenção redobrada. Os animais que estão ali presos já tiveram sua liberdade negada, seja por motivos de conservação, seja por motivos financeiros. Não piore, sem necessidade, a situação.

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