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Avanços no tratamento da leucemia!

 

          Notícia fantástica! Um novo tratamento usando um tipo de células T (leucócitos, células de defesa) geneticamente modificadas fez o câncer em pacientes com leucemia terminal regredir em 90% dos casos! O grupo de pesquisadores envolvidos, liderados pelo Prof. Stanley Riddell, do Centro Fred Hutchinson de Pesquisas do Câncer, em Seattle (EUA), utilizaram as células T dos próprios pacientes, e, através de engenharia genética, programaram elas para caçar e destruir as células cancerígenas.

          Porém, é preciso ter calma e tomar cuidado com as interpretações da notícia. Já vi alguns textos por aí dizendo que descobriram a cura do câncer ou que um novo tratamento para a leucemia surgiu. Primeiro, o câncer em específico é a leucemia, a qual abrange vários tipos (pode afetar toda a medula óssea, apenas a produção células vermelhas e/ou brancas, etc.). E a leucemia que afeta as células sanguíneas, por exemplo, é bem diferente de um sólido e massivo câncer de mamas, por exemplo. Ainda não foi liberado o artigo científico detalhando todo o estudo, ou seja, só se sabe das notícias por alto.

          Segundo, esse tratamento, por enquanto, só visa pacientes em fase terminal, no qual outros tratamentos não surtiram efeito. Para se ter uma ideia, dos pacientes que receberam as células modificadas, 2 deles morreram e a grande parte do restante sofreu terríveis efeitos colaterais. A quimioterapia e a radioterapia continuam ainda sendo as melhores opções, possuindo boas taxas de cura e efeitos colaterais muito menos agressivos. E outra: como foram injetadas células vivas nos pacientes, depois de curado o câncer, como pará-las de atacar outras partes do corpo e como saber se elas estão, de fato, atacando somente as células tumorais? Por isso, o novo tratamento, por enquanto, é apenas para pacientes com leucemia (qual/is tipos?) e em fase terminal.

         Os pesquisadores esperam ver se será possível usar a ideia do tratamento para outros tipos câncer e tentarão também minimizar os efeitos colaterais, programando melhor as células modificadas, para que essa nova arma de combate ao câncer possa ser usada em mais estágios da doença. De qualquer forma, é um passo maravilhoso na marcha de luta contra o câncer!

Obs.: Mais uma vez eu reforço: não existe uma pílula mágica ou tratamento único que serve para qualquer tipo de câncer. Qualquer coisa que prometa algo do tipo está mentindo, porque o câncer abrange um enorme espectro de doenças. Por isso, cuidado com a conversa fiada de espertalhões. Você já pega um trapaceiro quando ele diz ´´Eu tenho a cura do câncer aqui´´, ou ´´Isso ajuda a tratar o câncer´´, sem especificar qual é o tipo de câncer.

Importante: quem conhecer ou souber de um paciente com leucemia em fase terminal não deve sair correndo contando que os ´problemas acabaram´ porque o tratamento feito pelo grupo de pesquisas está em fase inicial de testes e requer muito tempo para a modificação celular. Converse primeiro com o médico responsável.

A leucemia é um dos cânceres mais comuns e que mais matam no mundo. Só em 2012, 352 mil pessoas estavam com a doença no mundo e 256 mil morreram no mesmo período.

Referência e entrevistas: http://www.bbc.com/news/health-35586834

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