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Por que vacinar contra a catapora?

 
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          A varicela, popularmente conhecida como catapora, é uma doença altamente infecciosa causada pelo vírus varicela-zóster (HHV3). Os sintomas abrangem febre, mal-estar, falta de apetite, dor de cabeça, cansaço e as famosas lesões avermelhadas na pele. Atinge mais as crianças entre 1 e 12 anos (cerca de 70% dos casos) e, geralmente, desaparece apenas com o trabalho do sistema imune do paciente, caso exista repouso, boa alimentação e hidratação. Porém, em alguns casos ela pode derivar complicações e, por isso, a vacinação é tão recomendada.

Complicações:

1. Em adultos, a infecção é sempre mais grave, ocorrendo, entre 5% e 14% dos casos, a evolução para uma pneumonia ou outros problemas pulmonares, principalmente em fumantes. A recuperação também é mais lenta, além de você ficar incapacitado por um bom tempo em pleno período de trabalho ou momento de férias com a família;

2. Em pessoas imunodeficientes, como portadores da Aids, a doença ataca com violência;

3. Em grávidas, dependendo do período de contaminação com a doença, existe um risco aumentado de má-formação fetal ou parto prematuro. E caso a doença passe para o recém-nascido, este terá maior dificuldade em lutar contra a doença;

4. Em cerca de 20% dos indivíduos, existe uma re-contaminação menos grave mais tarde na vida, na forma da Herpes-Zóster. Durante a infecção com a catapora, muitos dos vírus acabam ficando alojados em gânglios linfáticos, mesmo depois do corpo se livrar da doença. Ficam lá, latentes por um bom tempo, até que um baixa na atividade imune faça-os agir novamente, especialmente na velhice. Como o corpo já possui anticorpos da primeira infecção ( a catapora só ocorre uma vez na vida), as lesões não chegam a surgir muito na pele, mas acabam atacando regiões de nervos sensitivos da raiz espinhal sob a pele, deixando a área bastante dolorosa e vermelha. Nos idosos, a dor pode permanecer por um bom tempo, já que o vírus pode danificar gravemente alguns desses nervos.

5. Muitas das manchas da catapora, se coçadas, podem gerar cicatrizes bem visíveis e permanentes depois de curada a doença. Como atingem as crianças na maioria dos casos, as manchas se tornam, com o tempo, muito pouco nítidas, exceto as mais graves. Mas, se a doença ocorrer em adultos, além do tratamento ser mais demorado, as cicatrizes podem ser bastante incomodas para a estética, especialmente se coçadas ou forem vítimas de outras infecções oportunistas.

             A contaminação, de pessoa para pessoa, é muito fácil, e ocorre através do contanto com as lesões ou gotículas da saliva e das secreções das vias aéreas. O paciente fica altamente infeccioso 2 dias antes do surgimento das lesões até 6 dias depois, quando as mesmas começam a formar cascas da cicatrização. Quando você toma a vacina, você evita a doença e todas as suas complicações, e protege outros de contraírem ela.

            Muitas pessoas não tomam a vacina, ou deixam seus filhos tomarem, porque, no caso especial desta, existe um  risco ínfimo da pessoa contrair a doença, já que se trata da administração de um vírus enfraquecido. Por isso, indivíduos imunodeficientes e gestantes não podem tomá-la. Porém, se, em um raro caso, uma pessoa saudável for contaminada, a catapora que irá surgir será muito fraca e rapidamente eliminada pelo corpo, quase nunca desenvolvendo as lesões vermelhas. E isso vale tanto para bebês quanto para adultos. Por isso, não é necessário se preocupar. Além disso, existem aqueles espíritos de porcos que demonizam as vacinas, inventando mil lorotas a respeito delas. Não deem ouvido para esse tipo de gente.

          Tomando a vacina, você protege aqueles que não podem tomá-la e ainda ficará livre da catapora. Irresponsáveis que distorcem as informações, acabam desincentivando várias pessoas a não tomarem a vacina, causando prejuízos para a sociedade. A efetividade da vacinação contra casos amenos da doença fica entre 80 e 90%, e, para as formas graves, maior do que 95%. Antes da vacinação nos EUA, por exemplo, o número de casos ultrapassavam os 4 milhões todos os anos, com 10 mil internações e 100 mortes. Através da vacinação, é estimado que cerca de 380 milhões de dólares são economizados todos os anos pelos Norte-Americanos pela drástica redução dos números de internações e isolamentos sociais do paciente (faltas ao trabalho do paciente ou para cuidar do filho infectado, por exemplo).

            Aqui no Brasil, a vacina encontra-se sob a forma monovalente (isolada), administrada com a tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) ou combinada na tetraviral (sarampo, rubéola, caxumba e varicela/catapora). A tetraviral só pode ser administrada a partir dos 15 meses de idade se a criança recebeu a tríplice viral entre 12 e 14 anos. A monovalente é indicada, principalmente, para tratar surtos hospitalares em crianças a partir dos 9 meses, as quais não podem receber as outras duas formas. A dose aplicada é sempre seguida por outro de reforço, de acordo com o calendário de vacinação. Sem o reforço, as chances de contrair a doença de outras pessoas infectadas ainda ficam grandes, mas surge apenas um quadro bem brando da doença, podendo também nem aparecer lesão nenhuma.

Observação importante: A febre da catapora deve ser amenizada, de preferência, com paracetamol. NUNCA se deve usar aspirina.



Artigo recomendado:  Vacina: História, Conquistas e Mitos


REFERÊNCIAS CIENTÍFICAS
  1. http://www.cve.saude.sp.gov.br/agencia/bepa34_varicela.htm
  2. http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/leia-mais-o-ministerio/776-secretaria-svs/vigilancia-de-a-a-z/varicela-herpes-zoster/13156-vacinacao-varicela
  3. http://www.cdc.gov/features/preventchickenpox/
  4. http://www.cdc.gov/mmwr/preview/mmwrhtml/mm6214a1.htm