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Pílulas anticoncepcionais podem causar perda de nutrientes no corpo

      

           O título parece ser o começo de mais uma dissertação fanática contra o uso desses medicamentos pelas mulheres. Mas, não. Eu apenas vou expor um fato pouco conhecido sobre um dos seus possíveis efeitos colaterais. O uso dessas pílulas é um dos métodos mais seguros e recomendados para a prevenção da gravidez indesejada. Ou seja, longe de mim desincentivar sua adoção pelas mulheres.

Uma das precursoras da Revolução Sexual
           As pílulas anticoncepcionais são compostas, em sua maioria, por progestinas ( sintéticos naturais da progesterona) ou por uma combinação do estrógeno estradiol e de progestinas. Ambos são esteroides femininos responsáveis pelas características sexuais femininas ( estrógenos) e manutenção da gravidez ( progesteronas/progestinas). Quando tomados diariamente pelas mulheres, surge um desbalanço hormonal no corpo, o qual impede o surgimento de uma gravidez. Atualmente, mais de 100 milhões de mulheres a utilizam ao redor do mundo e, só nos EUA, onde elas foram primeiro aprovadas para uso em 1960, 12 milhões tomam ela regularmente. E, de acordo com vários historiadores, a pílula foi o mais importante método contraceptivo a transferir direitos de poder reprodutivo dos homens para as mulheres, sendo um verdadeiro catalisador para a chamada Revolução Sexual. Mas, entre os seus efeitos colaterais, pode existir um que precise de uma atenção maior.

             Devido à mudança hormonal no sistema corporal feminino, o metabolismo e assimilação de nutrientes pelo corpo sofre também uma mudança significativa. Com isso, algumas vitaminas do complexo B ( riboflavina, B6, B12 e ácido fólico) e a vitamina C, além dos minerais magnésio e zinco, podem sofrer uma ligeira diminuição em seus níveis no organismo da mulher. Quem faz tratamento de reposição hormonal, também utiliza os mesmos hormônios das pílulas ( em proporções diferentes, é claro), e, por isso, tendem a desenvolver um efeito colateral parecido. Portanto, para ambos os casos, é bom considerar uma alimentação mais nutritiva e, caso isso não seja possível, o uso de suplementos alimentares, seguindo uma orientação médica capacitada. Isso é especialmente importante na correria diária dos centros urbanos, onde as pessoas já tendem a não ingerir a quantidade ideal de nutrientes diários recomendados. Ou seja, se você é mulher, provavelmente já sofre de deficiências nutricionais devido ao estilo de vida estressante das cidades, e, considerando o uso das pílulas, a situação tende a piorar um pouco.

Mesmo a pílula sendo uma dos principais aliadas das mulheres, é preciso cuidado ao usar qualquer medicamento

               Para quem lê meus textos, sabe que eu recomendo muito mais a extração de nutrientes para as necessidades diárias do seu organismo a partir de alimentos naturais do que suplementos, porque esses últimos deixam de fornecer muitas outras substâncias benéficas que viriam junto das fontes fornecidas direto da natureza. Então, vou dar uma dica de alimentos a serem incluídos em maior quantidade na sua dieta para cobrir os nutrientes listados acima:

Ácido fólico ou Vitamina B9: As fontes mais ricas são as folhas de plantas, especialmente as verduras verde-escuras. Sementes, como o feijão e lentilha são também boas opções.

Vitamina B6: A mais rica fonte é o grão de bico. Outros exemplos são o peixe, fígado bovino, levedo de cerveja e carne de galinha.

Vitamina B12: Ostras são as fontes mais ricas. Outras boas fontes são truta, salmão, bife bovino, atum, levedo de cerveja e diversos cereais.

Riboflavina ou Vitamina B2: As fontes mais ricas são os produtos lácteos e os ovos de galinha. Também é encontrada em vegetais folhosos verdes, cereais, grãos, levedo de cerveja e carnes, especialmente as vísceras.

Vitamina C: As fontes mais ricas são acerola e pimentão vermelho. Outros exemplos incluem as outras frutas cítricas, como laranja, kiwi, brócolis, couve de bruxelas, e o melão de polpa amarela.

Zinco: As principais fontes são ostras, camarão, carnes bovina, de frango, e de peixe, fígado, gérmen de trigo, grãos integrais, castanhas, cereais, legumes e tubérculos, como a mandioca.

Magnésio: As principais fontes são sementes de abóbora e girassol, amêndoas, avelã, castanha-do-pará, caju, amendoim, espinafre, beterraba, quiabo, iogurte, leite.

         E, mais uma vez, devo reforçar: não estou desestimulando o uso das pílulas anticoncepcionais. Quando tomadas de maneira certa, o risco de gravidez cai para 0.3%, ou menos, além de não trazerem outros prejuízos relevantes para o corpo, a não ser o relatado nesse texto. E eu só escrevi este artigo, porque a dieta da maioria da população, como mencionei antes, já é bem deficiente, não sendo necessário um ajudante extra para contribuir ainda mais com essa situação. Além disso, temos outro agravante, principalmente no caso das mulheres: as dietas malucas as quais muitas se submetem para perder peso, algo que restringe ainda mais a ingestão de nutrientes diversos. Se você já se alimenta muito bem, esse risco trago pela pílula anticoncepcional é irrelevante. Os trabalhos científicos mostram perdas nutricionais mínimas, apesar de serem relativamente significativas dependendo da situação.

Importante: Existem poucos trabalhos científicos recentes que analisam essa questão. Como citado pela Ref.10, é preciso ter cautela ao fazer conclusões sobre as perdas nutricionais supostamente desferidas pelas pílulas anticoncepcionais. Podemos afirmar que existem indícios, mas não certezas absolutas. Porém, para mulheres com dietas deficientes, a preocupação com as pílulas deveria ser levada mais a sério.

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REFERÊNCIAS CIENTÍFICAS
  1. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1862844/
  2. http://www.healthcentral.com/PeoplesPharmacy/PP_Guides/PDF/nutrient.pdf
  3. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/952302
  4. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7001015
  5. http://www.scopemed.org/?jft=89&ft=89-1385568410
  6.  http://www.zyxelle.com/clinical/Oral%20contraceptives%20and%20changes%20in%20nutrional%20requirements.pdf
  7. www.researchonline.mq.edu.au/vital/access/services/Download/mq:30018/DS01
  8. http://link.springer.com/chapter/10.1007/978-1-60761-490-6_6#page-1
  9. http://www.scientificamerican.com/article/how-birth-control-pills-affect-your-nutritional-needs/
  10. http://extension.colostate.edu/docs/pubs/foodnut/09323.pdf