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Por que existem poucos animais azuis?

      

          Azul é uma das cores mais populares do nosso planeta. Além de colorir o céu por grande parte do dia e ser nossa identidade visual quando nosso planeta é visto do espaço sideral, várias plantas possuem ela enfeitando suas flores e folhas. Mas o fato é que é bem difícil vermos um animal com tonalidades azuis. E qual é a explicação?

       Nós, humanos, por exemplo, exprimimos diferentes cores. Negros, brancos, castanho, cabelos amarelos, pretos, vermelhos, etc. Entre os diversos animais, a variedade de cores é maior ainda. Mas o azul, é algo difícil de se ver. Primeiramente, temos aqui a primeira limitação: deficiência de pigmentos azuis nos animais. Enquanto as plantas dispõem dessa cor por serem capazes de produzir antocianinas, moléculas orgânicas que são pigmentos azuis, os animais se ausentam desse privilégio. Então, como essa cor é produzida neles? Bem, a verdade é que praticamente todo o azul que vemos nos seres ´sem raiz´ é devido a efeitos de iriscidência e reflexão seletiva.

A planta da esquerda é genuinamente azul, mas será que podemos dizer o mesmo para a Arara-Azul?

          Para entender esses efeitos reflexivos, é só lembrarmos de três fatos bem conhecidos: a cor do céu, dos mares e a separação de cores em superfícies. Primeiramente, precisamos lembrar que a luz visível vindo do Sol é composta de várias cores, as quais, quando misturadas, dão o branco como resultado. Entre essas cores, temos o vermelho, violeta, verde, amarelo e laranja, variando também nas tonalidades de cada uma.  Todas elas são formadas por fótons em diferentes comprimentos de onda. Quando a luz atinge a nossa atmosfera, todos os comprimentos de onda são dispersados em todas as direções, pelos gases e partículas suspensos. O azul possui um dos menores comprimento de onda dentre as cores citadas, e, por isso, sofre maior dispersão ( a dispersão cresce à medida que o comprimento da onda aproxima-se do tamanho do objeto o qual está servindo de barreira a ela; e as moléculas da atmosfera são bem pequenas). E como ele está em grande quantidade no espectro visível que chega até nós do Sol, vemos o céu azulado. Ao entardecer ou amanhecer, o céu adquire uma coloração vermelho/amarelado, porque, através do horizonte, os raios solares atravessam mais atmosfera antes de chegar aos nossos olhos, fazendo com que a luz azul se disperse tanto que quase não chega em nós. Já o amarelo e, principalmente o vermelho, acabam encontrando mais partículas maiores durante a longa jornada ( partículas de poluição, pós, etc.) e, como eles possuem comprimentos de ondas também maiores, acabam se dispersando na medida certa.

Céu à tarde e ao entardecer

      Já as águas do mar, às vezes, possuem uma coloração azulada quando estão límpidas, mesmo sendo transparentes. Isso se deve ao fato de que as ondas de luz de menores comprimentos são absorvidas pela água, e o azul, por ter menor comprimento, acaba passando direto e sendo refletido no chão oceânico. Isso deixa tudo azulado. No terceiro, e último, caso mencionado, todos já devem ter reparado que bolhas de sabão e discos de CD, dependendo do ângulo de visão, passam a ficar multicoloridos. Assim como no caso da água, ambos são incolores, mas a superfície e camadas internas desses materiais reflete e/ou difratam a luz de forma diferenciada dependendo do ângulo de incidência da mesma, separando as diversas cores que compõem a radiação solar visível ( . Ou seja, todos esses fenômenos descritos acima são gerados por efeitos de reflexão, dispersão e refração, e geram cores onde não existem essas cores de fato ( o fenômeno é chamado de iriscidência). Isso é o mesmo que ocorre nos animais azulados.

Efeitos de difração e refexão produzindo cores que não são naturais dos exemplos mostrados

          Independente da ausência de pigmentos azuis, os animais podem utilizar desses truques de luz para aparentarem possuir as colorações azuladas. Com uma modelagem específica da pelagem, escamas ou penas, o azul surge como num passe de mágica. É o caso do pássaro Gaio-Azul. Essa pequena ave produz bastante melanina, significando que deveria ser quase preta. Mas minúsculos sacos aéreos em suas penas dispersam a luz de tal forma que o azul chegue em maior quantidade aos nossos olhos, da mesma maneira que ocorre no céu! Outros ,como a borboleta Menelaus Morpho, usam a iridescência para alcançarem o azul, dentre outras cores. Alguns podem perguntar sobre a cor dos nossos olhos, onde o azul é bem comum. Novamente, não produzimos pigmento azul, portanto, a íris dos olhos usam esses mesmos efeitos de luz para alcançarem a coloração azulada.

Gaio-Azul, Menelaus Morpho e o nosso olho ´´azul´´


         Chegamos, aqui, na explicação da escassez azulada. Como esses processos de modificação corporal são bastante complexos, sendo várias vezes mais difícil de ser alcançado do que o simples uso de pigmentos, o azul se torna bastante raro entre os animais. E deve ser por isso que somos tão atraídos pelos charmosos e valorizados olhos azuis. Abaixo, mais alguns exemplos fantásticos de animais azuis.

Pinguim-Azul, também conhecido como Pinguim-Fada é a menor espécie de pinguim do mundo, como 40 cm de altura, e pode ser encontrado na Austrália e Tasmânia, Nova Zelândia e Ilhas Chatham

Algumas variedades de Periquito

Polvo de Anéis-Azuis

Algumas variedades de Peixe-Anjo

Pequena Garça-Azul

Abelha-Suada

Água-Viva da Lua

Sapo Azu dos Dardos Venenosos

O estranho e fantástico Dragão-Azul ( Esse nome combina!..:))

Pavão

A majestosa Iguana-Azul, a qual está ameaçada de extinção e pode ser encontrada nas ilhas Grand Cayman, no Caribe

Poecilotheria metallica, uma aranha, infelizmente, em grande risco de extinção


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