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Dinossauros de sangue morno?


                                                 

             Analisando o crescimento ósseo e de massa corpórea em fósseis de dinossauros, paleontólogos acreditam que estes animais não possuíam sangue frio, ou quente, mas algo no meio termo.

           Animais (1) como a tartaruga-de-couro e atuns fogem da curva biológica do seus respectivos grupos e conseguem regular a sua temperatura corporal, mas dependendo muito do ambiente ao seu redor, sendo chamados de mesotérmicos. Pesquisadores acreditam que os dinossauros também eram assim. Eles mantinham uma taxa de crescimento corporal muito maior do que os répteis de puro sangue frio (mas não algo que se igualasse aos mamíferos), além de regularem relativamente bem a temperatura corporal durante grande parte do dia. Porém, as evidências de suporte para essa hipótese ainda são controversas, apesar de estarem crescendo. A maior dificuldade dos cientistas é em encontrar métodos que permitam aferir o metabolismo desses animais apenas analisando a estrutura óssea deixada pelos fósseis. Pesquisas desde 2012 vem, contudo, conseguindo achar bons padrões entre as microestruturas ósseas dos animais atuais e seus respectivos metabolismos/temperaturas corporais, algo que pode, futuramente, servir de base comparativa para os fósseis de dinossauros.

           Os mamíferos sempre estão com a temperatura regulada em um ideal, e, para isso, utilizam uma quantidade imensa de energia, requisitando de muita comida, a qual também permite um maior crescimento como consequência. Já os répteis não gastam energia para manter a temperatura corporal no ideal, sendo muito dependentes da temperatura ambiente e precisando tomar banhos de sol regulares para esquentarem o corpo e ativarem funções essenciais do mesmo. Com isso, eles precisam de menos comida para sobreviverem, mas acabam sacrificando um crescimento rápido e movimentação vigorosa (2). Os dinossauros teriam acumulado as características dos dois grupos.

              Essa hipótese ajuda a explicar o domínio dessas criaturas por tanto tempo na Terra, em torno de 130 milhões anos. Eles teriam a agilidade de cobertura territorial e taxa de crescimento acelerada um pouco próxima a dos mamíferos, e a necessidade de pouco alimento, assim como os répteis, adaptando-se fácil em diversos ambientes e adversidades. Isso também é outra forma de demonstrar o porquê das aves serem produtos direto da evolução dos dinossauros. As aves possuem sangue quente, são ágeis e possuem uma taxa de crescimento alta. Ou seja, se a hipótese estiver certa, os dinossauros representam uma transição perfeita até chegarem aos seus futuros parentes penosos.

(1) Recentemente foi descoberto um peixe que consegue manter sua temperatura constante, independente do ambiente ao seu redor. Saiba mais acessando este link.

(2) A baixa disposição física dos répteis é devido, além da falta de um metabolismo acelerado, ao fato do sangue nestes animais desembocarem em um único ventrículo.O coração dos répteis possuem apenas três cavidades ( dois átrios e um ventrículo) fazendo com que o sangue venoso ( pobre em oxigênio) e o sangue arterial ( rico em oxigênio) se misturem antes de serem lançados ao corpo e aos pulmões. Com isso, a quantidade de oxigênio que chega às células é pequena, diminuindo bastante o vigor físico deles. Por isso é que quando um lagarto está fugindo de você, ele corre feito um desesperado e, se não achar um lugar para se esconder, para no meio do caminho, completamente exausto, podendo até ser pego sem apresentar movimentos de reação nenhum. Devido a este fato, os répteis sempre preferem locais com bastante pedras e outras bagunças para esconderem-se facilmente quando ameaçados. Uma exceção importante é o crocodilo, o qual possui quatro cavidades cardíacas, assim como nós.

REFERÊNCIAS CIENTÍFICAS
  1. https://www.adelaide.edu.au/news/news63081.html
  2. http://www.nature.com/news/dinosaurs-neither-warm-blooded-nor-cold-blooded-1.15399
  3. http://www.ucmp.berkeley.edu/diapsids/metabolism.html
  4. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19558740
  5. http://www.scientificamerican.com/article/dinosaurs-warm-blooded-animals-metabolism/